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BRIC: apostas com prémio

Apostar no chamados BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – deverá voltar a providenciar prémios apetecíveis aos investidores.

26 de Dezembro de 2007 às 15:04
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Apostar no chamados BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – deverá voltar a providenciar prémios apetecíveis aos investidores.

Brasil: expansão tropical

Apesar dos contínuos cortes dos juros de referência no Brasil, estes ainda estão relativamente altos (12,5%) no contexto internacional, o que deixa espaço de manobra para mais descidas, sublinha Michael Konstantinov, da Allianz Global Investors.

Este cenário deverá sustentar os preços dos activos, em especial do mercado accionista brasileiro, tornando-o menos sensível ao que acontecer na economia global em 2008, de acordo com aquele analista, que espera que o Brasil supere a China em desempenho.

A Espírito Santo Investment partilha deste optimismo: "em linha com os restantes mercados emergentes e o ciclo das "commodities", o Brasil entrou numa sólida tendência de crescimento em 2007, que deverá persistir em 2008. O Brasil voltou a estar no grupo das 10 maiores economias mundiais com um crescimento consistente do PIB".

A Petrobras, maior petrolífera do Brasil, está entre as 10 acções mundiais apontadas pela revista "Fortune" com maior potencial de valorização em 2008. Segundo a revista, que consultou o gestor Ken Heebner, do fundo CGM, a Petrobras está barata, sendo um bom investimento, mesmo que o petróleo não chegue aos 100 dólares, devido às recentes descobertas de crude.

Rússia: petróleo e não só

A Rússia é um dos mercados emergentes que mais tem captado a atenção das grandes casas de investimento. A Whitechurch, por exemplo, acredita que este país continua a oferecer oportunidades empolgantes para investidores mais aventureiros.

E quem pensa que os investimentos na Rússia se resumem ao petróleo e ao gás, desengane-se. "A percepção bastante generalizada de que se trata de um mercado para apostar apenas na energia está incorrecta. Existem enormes investimentos em infraestruturas neste último trimestre do ano", alerta a Whitechurch.

No entanto, é evidente que o "crude" continuará a ser a grande vedeta daquele país da Europa do Leste. Na opinião do Santander, aliás, os preços do petróleo deverão sustentar um cenário económico favorável e atrair os investidores, seduzidos pela solidez das "commodities". É que o menor desempenho que tem sido demonstrado pelas empresas energéticas russas significa que estão a ser negociadas com desconto face às suas congéneres nos outros mercados emergentes, adverte a Merrill Lynch.

John-Paul Smith, estratega principal da Pictet Asset Management, também está em linha com a preferência pela Rússia. E dá um conselho: "não dêem ouvidos à cacofonia de comentários e notícias negativistas e que pensem no mais longo prazo".

A bolsa russa é dominada pelos títulos energéticos e mineiros, que representam 75% da capitalização bolsista total do índice de referência RTS. Os sectores expostos à procura interna (bens de consumo cíclicos e não-cíclicos, retalho e construção), que têm o maior potencial, ainda estão pouco representados na capitalização bolsista, sublinha o BNP Paribas.

Índia: a onda dos telemóveis

A agricultura é ponto forte da Índia, continuando a ser o sector que mais contribui para o PIB do país, com cerca de 40%. As monções na Índia, que este ano foram melhores do que o previsto, deverão resultar numa boa colheita, segundo a Allianz.

Além disso, a economia indiana deverá crescer 8,5%. Outro sector a que convém estar atento é o das telecomunicações. Segundo a UBS, a expansão económica estimulará a procura de telemóveis. Só em Outubro, a Índia teve mais de oito milhões de novos assinantes de serviços telefónicos móveis.

A Bharti Airtel é a maior operadora telefónica da Índia, sendo a preferida da UBS devido ao forte crescimento da procura de serviços móveis nos mercados emergentes. A Índia, a par com a China, é um dos dois mercados de maior crescimento no segmento sem fios, realça a casa de investimento. No final de Outubro, a Índia contava com 217,14 milhões de assinantes de telemóveis.

China: imprópria para cardíacos

Os títulos chineses estão, claramente, numa bolha, com valorizações totalmente insustentáveis face a qualquer base realista, na opinião do Barclays Capital. Que adverte para a possibilidade de um impacto macroeconómico bastante forte caso a bolha rebente. Mas o certo é que há quem preveja que a China continuará a crescer sem grandes perigos.

O Crédit Suisse, por exemplo, estima que a economia chinesa cresça 10% no próximo ano.

As acções registaram acentuadas valorizações nalguns mercados asiáticos, como a China, mas tratou-se de uma história de puro crescimento, não de alavancagem, salienta Michael Gordon, da Fidelity International.

"Prevemos que a crescente importância da região em termos económicos, se reflicta mais nos mercados accionistas", diz, realçando que a aposta dos estrangeiros na bolsa chinesa pode vir a render pela via cambial. É que o renmimbi está indexado ao dólar americano, mas se as autoridades decidirem que deixa de estar, "os investidores estrangeiros beneficiarão de uma enorme valorização da moeda. Isto poderá não acontecer em 2008, mas irá acontecer um dia", refere.

A UBS e a JPMorgan são consensuais: a China Mobile está entre as empresas mais apetecíveis da China em termos de investimento, já que se trata da maior operadora móvel do mundo, por número de utilizadores. Segundo a UBS, a empresa deverá aproveitar o aumento do consumo, a elasticidade da procura e as economias de escala para criar valor accionista.

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