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Brasil: a nova face da super-estrela da América Latina

Ao longo dos anos 80 e 90, o Brasil saltou de crise em crise. A pouca prudência fiscal e tentativas falhadas de combater a hiper-inflação levaram a uma estagnação da economia, a uma elevada dívida pública, a graves flutuações monetárias e a um grande défice da conta corrente. A estabilidade económica foi ainda mais deteriorada por um clima político volátil.

17 de Julho de 2008 às 00:03
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Que diferença em apenas uma década! Sustentada pelo "boom" das matérias-primas e por políticas orçamentais salutares, o Brasil apresenta agora variáveis económicas fundamentais amplamente melhoradas, incluindo um excedente na conta corrente, reservas internacionais recordes e um reduzido fardo de dívida. O banco central conseguiu controlar a inflação e a conjuntura política estabilizou, com o presidente Lula da Silva a cumprir o seu segundo mandato e a demonstrar um forte empenho para com o crescimento económico do país.

Esta recente estabilidade foi reconhecida em Abril, quando a Standard & Poor’s reviu a classificação da dívida em moeda estrangeira a longo prazo do Brasil de BB + para BBB -, o mais baixo escalão de classificação "investment grade". O estatuto de "investment grade" coloca o Brasil em linha com os outros principais países emergentes do mundo – Rússia, Índia e China – e abrirá o mercado de dívida do país a um mais alargado leque de investidores institucionais estrangeiros, tornando o crédito daquele país mais barato e mais disponível.

Então, o Brasil está bem posicionado para resistir a um abrandamento nos EUA?

Os Estados Unidos são o principal consumidor das exportações de todo o mundo e o Brasil não é excepção. Assim, embora a fraqueza económica dos Estados Unidos venha a ter um impacto negativo, o Brasil está bem posicionado para continuar o seu rápido desenvolvimento económico.

O Brasil assiste, actualmente, a uma rápida expansão das suas exportações para a Índia, China e outros mercados emergentes. Além disso, enquanto outros mercados regionais dependem fortemente de uma única matéria-prima, o Brasil sustenta um conjunto diversificado de recursos naturais, que ajudam a garantir que o país está mais resistente a qualquer abrandamento na procura.

Entretanto, na arena interna, o consumo está a beneficiar de um aumento no emprego, de mais baixas taxas de juros e de um crescimento real nos salários. O fosso entre ricos e pobres, historicamente um dos maiores do mundo, estreitou-se de forma a criar uma nova classe média de consumidores. Tudo isto deverá dar suporte às acções de empresas nacionais, mais pequenas e impulsionadas pela procura.

As empresas locais deverão, também, beneficiar de um forte programa de investimento do sector das infra-estruturas, financiado pelo afastamento de uma conta corrente negativa nos anos 90 para uma balança positiva nos dias de hoje. O governo anunciou grandes investimentos em estradas, caminhos-de-ferro, portos e projectos habitacionais. Um plano que espera criar milhões de novos postos de trabalho e alimentar o crescimento económico.

Uma boa altura para investir?

Embora o mercado deva continuar volátil a curto prazo, com os investidores ainda preocupados com as perspectivas de crescimento global, também apresenta atractivas oportunidades para os investidores a longo prazo.

Empresas competitivas a nível global estão a transaccionar a cotações atractivas, enquanto a exposição do mercado ao ciclo das mercadorias, juntamente com o crescente poder de compra do consumidor interno, revela a existência de um verdadeiro potencial para que os investidores experientes tentem obter retornos a longo prazo.

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