Notícia
África - Um novo continente para as poupanças
Para os investidores, mantidos à margem pelo risco político, África é uma região ainda por desbravar. Mas a dinâmica económica justifica uma aposta nas bolsas africanas pelos mais afoitos, dizem os gestores do BPI e da ESAF.
África | Fundos que apostam no continente africano apresentaram os retornos mais expressivos em 2010. |
Em 2010, os investidores foram atrás das regiões com maior crescimento económico. O ano fica marcado pelo entrada recorde de dinheiro nos activos dos mercados emergentes. Dentro da classe, os países africanos têm sido relegados. Mas o apetite está a crescer.
Dados da consultora americana EPFR revelam que só na última semana de Dezembro entraram 130 milhões de dólares nos fundos de acções africanas, o valor mais alto em dois anos. As gestoras de fundos portuguesas fizeram há cerca de dois anos uma aposta nas bolsas africanas, lançando produtos direccionados para a região. E a estratégia está a dar frutos.
O fundo BPI África registou em 2010 uma valorização de 29,5%, a mais expressiva entre os produtos geridos em Portugal. O ESAF África conseguiu um retorno de 24,1%. Os bancos dizem que a aposta continua a fazer sentido.
"África é uma região de crescimento económico acelerado e que tem dado sinais de uma cada vez maior estabilidade política e económica", realça Teresa Pinto Coelho, gestora do fundo do BPI . E refere "o aumento de poder de compra de uma enorme massa populacional (mais de um bilião de pessoas), que obriga ao desenvolvimento do sector serviços e ao investimento em infra-estruturas".
A sedução é semelhante à que atraiu os investidores para países como a China ou o Brasil. A diferença é que África permanece inexplorada. "Num continente ainda desconhecido de tantos investidores há uma oportunidade enorme de, investindo em empresas locais, poder capturar esse crescimento e obter retornos muito positivos e ainda com alguma descorrelação com os produtos tradicionais de acções no mundo desenvolvido", assinala Ricardo Santos, gestor do ESAF África.
Simbiose com a China
"Há já uma década que o crescimento em África está muito acima do dos países desenvolvidos e entre as melhores regiões do mundo. Essa perspectiva mantém-se em 2011", diz o responsável da gestora de fundos do BES. As previsões do FMI vão neste sentido. Nos próximos três anos a região deverá crescer entre 4% e 5,5%, cerca do dobro das nações desenvolvidas.
Ricardo Santos assinala dois ingredientes adicionais, de grande relevo para o futuro do continente: matérias-primas e China. "A exploração de recursos naturais e produção agrícola continuam a ser os factores chave desse crescimento. Em termos evolutivos do patamar de desenvolvimento, é absolutamente crítico o aproveitamento do bom ambiente que vivem as matérias-primas para fazer infraestruturas nos países e diversificar as economias", refere. "A importância que a China tem na economia mundial e a simbiose que esta tem estabelecido com África, potenciam o sucesso deste processo em muitas economias africanas", acrescenta. Mesmo que nem todas registem o mesmo sucesso.
Nigéria, África do Sul, Egipto e Quénia são os países onde o ESAF África tem mais dinheiro investido. Mas o investimento estende-se pelos vários mercados, de Marrocos às Ilhas Maurícias. O BPI concentra a carteira sobretudo na África do Sul e no Egipto, as duas maiores bolsas da região.
Risco político
A aposta não é isenta de riscos, pelo contrário. "O risco político é sem dúvida um dos riscos a considerar antes de investir nestes países. Existem outros que não devem ser esquecidos na gestão de um fundo deste tipo como sejam a inflação, as mudanças legais, as flutuações cambiais e a corrupção", lembra Teresa Pinto Coelho. O BPI recomenda o fundo a investidores mais propensos ao risco, mas também a perfis mais moderados numa óptica de diversificação do portefólio.
Este ano alguns países têm a oportunidade de dar provas de estabilidade. A realização de eleições na Nigéria e Egipto pode resultar na inclusão da região no universo de investimento de um grande número de investidores", afirma o gestor do BPI.
Face à maior volatilidade que os mercados da região encerram, os gestores recomendam um investimento entre três e cinco anos. Os produtos africanos são produtos de alto risco e como tal obrigam a um horizonte temporal longo", alerta Teresa Pinto Coelho.
Os gestores confiam que este ano voltará a ser favorável às acções africanas. Ricardo Santos assinala que "a liquidez abundante no mundo desenvolvido, com taxas de juro baixas por um período longo de tempo, leva os investidores a procurar retornos com perfis de risco superiores".
Dados da consultora americana EPFR revelam que só na última semana de Dezembro entraram 130 milhões de dólares nos fundos de acções africanas, o valor mais alto em dois anos. As gestoras de fundos portuguesas fizeram há cerca de dois anos uma aposta nas bolsas africanas, lançando produtos direccionados para a região. E a estratégia está a dar frutos.
"África é uma região de crescimento económico acelerado e que tem dado sinais de uma cada vez maior estabilidade política e económica", realça Teresa Pinto Coelho, gestora do fundo do BPI . E refere "o aumento de poder de compra de uma enorme massa populacional (mais de um bilião de pessoas), que obriga ao desenvolvimento do sector serviços e ao investimento em infra-estruturas".
A sedução é semelhante à que atraiu os investidores para países como a China ou o Brasil. A diferença é que África permanece inexplorada. "Num continente ainda desconhecido de tantos investidores há uma oportunidade enorme de, investindo em empresas locais, poder capturar esse crescimento e obter retornos muito positivos e ainda com alguma descorrelação com os produtos tradicionais de acções no mundo desenvolvido", assinala Ricardo Santos, gestor do ESAF África.
Simbiose com a China
"Há já uma década que o crescimento em África está muito acima do dos países desenvolvidos e entre as melhores regiões do mundo. Essa perspectiva mantém-se em 2011", diz o responsável da gestora de fundos do BES. As previsões do FMI vão neste sentido. Nos próximos três anos a região deverá crescer entre 4% e 5,5%, cerca do dobro das nações desenvolvidas.
Ricardo Santos assinala dois ingredientes adicionais, de grande relevo para o futuro do continente: matérias-primas e China. "A exploração de recursos naturais e produção agrícola continuam a ser os factores chave desse crescimento. Em termos evolutivos do patamar de desenvolvimento, é absolutamente crítico o aproveitamento do bom ambiente que vivem as matérias-primas para fazer infraestruturas nos países e diversificar as economias", refere. "A importância que a China tem na economia mundial e a simbiose que esta tem estabelecido com África, potenciam o sucesso deste processo em muitas economias africanas", acrescenta. Mesmo que nem todas registem o mesmo sucesso.
Nigéria, África do Sul, Egipto e Quénia são os países onde o ESAF África tem mais dinheiro investido. Mas o investimento estende-se pelos vários mercados, de Marrocos às Ilhas Maurícias. O BPI concentra a carteira sobretudo na África do Sul e no Egipto, as duas maiores bolsas da região.
Risco político
A aposta não é isenta de riscos, pelo contrário. "O risco político é sem dúvida um dos riscos a considerar antes de investir nestes países. Existem outros que não devem ser esquecidos na gestão de um fundo deste tipo como sejam a inflação, as mudanças legais, as flutuações cambiais e a corrupção", lembra Teresa Pinto Coelho. O BPI recomenda o fundo a investidores mais propensos ao risco, mas também a perfis mais moderados numa óptica de diversificação do portefólio.
Este ano alguns países têm a oportunidade de dar provas de estabilidade. A realização de eleições na Nigéria e Egipto pode resultar na inclusão da região no universo de investimento de um grande número de investidores", afirma o gestor do BPI.
Face à maior volatilidade que os mercados da região encerram, os gestores recomendam um investimento entre três e cinco anos. Os produtos africanos são produtos de alto risco e como tal obrigam a um horizonte temporal longo", alerta Teresa Pinto Coelho.
Os gestores confiam que este ano voltará a ser favorável às acções africanas. Ricardo Santos assinala que "a liquidez abundante no mundo desenvolvido, com taxas de juro baixas por um período longo de tempo, leva os investidores a procurar retornos com perfis de risco superiores".