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Fundos especiais resistem à fuga de capitais no mercado nacional

Os fundos especiais de investimento (FEI) portugueses estão a passar ao lado da crise nos mercados mundiais. Enquanto os investidores fogem dos fundos de acções, porque temem um abrandamento económico e, consequentemente, uma desvalorização das acções, e

15 de Novembro de 2007 às 10:25
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Os fundos especiais de investimento (FEI) portugueses estão a passar ao lado da crise nos mercados mundiais. Enquanto os investidores fogem dos fundos de acções, porque temem um abrandamento económico e, consequentemente, uma desvalorização das acções, e dos fundos de obrigações por estarem a dar retornos abaixo do valor de crescimento da inflação, os FEI aparecem como a alternativa de confiança.

Nos quatro meses em que a crise afectou os mercados, os resgates em todos os fundos nacionais superaram sempre o valor das subscrições. Nos fundos especiais, apenas em Setembro a entrada de capital não superou a o volume de saída, com o balanço total a ser positivo em 208 milhões de euros.

De Julho a Outubro, os fundos portugueses perderam quase 2,8 mil milhões de euros, de acordo com dados da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP). A mesma fonte demonstra que, desde o início do ano, as subscrições líquidas dos FEI atingiram os 660 milhões de euros. No total de fundos houve uma "fuga" de 2,6 mil milhões de euros.

Mas o que são os fundos especiais de investimento? Inicialmente, esta classe foi criada para integrar todos os fundos portugueses que não se integravam em nenhuma das outras categorias, pelo que não estavam harmonizados com as regras dos fundos tradicionais de acções ou obrigações. E assim continua.

Actualmente, há um pouco de tudo nesta categoria, desde fundos com lógica de "hedge funds", fundos de investimento em infraestruturas ou em activos alternativos e, mais recentemente, os produtos estruturados que têm forma de fundos.

Estes últimos são a principal razão pela qual os FEI registam constantemente um aumento dos seus activos sob gestão, não só nestes meses, mas como nos últimos anos. Em Outubro, o valor gerido pelos FEI era de 3,79 mil milhões de euros, quase 14% do total gerido em Portugal.

Os produtos estruturados chegam aos consumidores como os novos "super depósitos" apresentados pelos bancos. Alguns destes depósitos, os que integram esta categoria, baseia-se na divisão do capital investido em duas partes: uma vai para um depósito a prazo a outra é aplicada em fundos de investimento nacionais ou estrangeiros à escolha do subscritor. É esta a forma de garantir rendimentos mais altos.

Com a crise nos mercados e com a maior aversão ao risco, muitos investidores fugiram dos mercados e entraram nos bancos à procura de soluções rentáveis onde aplicar o seu dinheiro com mais segurança. E a solução que lhes foi apresentada foi, na maioria dos casos, estes fundos estruturados.

No entanto, muitos destes fundos são fechados, pois têm períodos de subscrição a partir dos quais já não se pode aplicar mais capital. Este ponto é comum a quase todos os fundos especiais de investimento, por forma a manter uma estabilidade de capital ao longo da sua actividade.

Em termos de activos, a principal arma dos FEI é o investimento noutros fundos, nacionais ou estrangeiros. Quase um terço dos activos geridos por esta classe está aplicada noutros fundos, o que confere a estes produtos a possibilidade de diversificarem capital por produtos que investem em áreas de difícil acesso em Portugal e com especialistas que dominam melhor essas áreas.

Ainda assim, as obrigações denominadas em euro representam mais de metade dos activos sob gestão, devido aos produtos mais conservadores que integram esta classe, mas que são mais rentáveis que os fundos tradicionais de obrigações e tesouraria.

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