Notícia
Yellen e Powell admitem que a inflação elevada vai durar mais do que esperado
"A inflação é elevada e provavelmente assim vai continuar nos próximos meses, antes de baixar", advertiu Powell, depois de nos últimos meses ter considerado que a subida dos preços nos EUA era um fenómeno "transitório".
29 de Setembro de 2021 às 07:53
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, e o presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, reconheceram esta segunda-feira que a inflação nos EUA vai durar "mais do que esperado" nos seus cálculos dos últimos meses.
Yellen e Powell foram ouvidos na comissão senatorial da Banca, ocasião em que responderam a questões sobre a atualidade da economia norte-americana e as ajudas para mitigar os efeitos da pandemia do novo coronavirus.
"A inflação é elevada e provavelmente assim vai continuar nos próximos meses, antes de baixar", advertiu Powell, depois de nos últimos meses ter considerado que a subida dos preços nos EUA era um fenómeno "transitório".
Para justificar o alerta aos senadores, Powell adiantou que a estagnação da oferta, que é um dos principais fatores do aumento dos preços no país, piorou.
"Vejam-se as construtoras automóveis, vejam-se os navios (de carga) ancorados em Los Angeles. Há de facto um desajuste entre a oferta e a procura. Precisamos que os bloqueios da oferta se aliviem, diminuam, antes que a inflação possa baixar", avançou o presidente da Fed.
Powell admitiu que os efeitos "foram maiores e mais prolongados do que se previa", mas espera que diminuam, e que, à medida que o façam, a inflação retroceda para a meta dos 2% a médio prazo.
Yellen antecipou que a inflação "provavelmente vai estar mais próxima de 4%" este ano e "claramente acima de 2%", que é a meta anual da Fed.
A inflação anual baixou em agosto uma décima, para 5,3%, o que foi um primeiro sinal de arrefecimento do crescimento dos preços depois de subidas consecutivas, apesar de se manterem em níveis muito elevados.
Powell explicou que o banco central dos EUA poderia começar a reduzir o seu programa de compras mensais de obrigações no montante de 120 mil milhões de dólares (103 mil milhões de euros), a decidir na próxima reunião do seu comité de política monetária (FOMC, na sigla em Inglês), prevista para 02 e 03 de novembro.
Com efeito, na sua reunião mais recente, feita na semana passada, a Fed manteve a sua principal taxa de juro de referência, no intervalo entre zero e 0,25%, mas apontou que poderia começar "imediatamente" a retirada do estímulo monetário, através da redução do volume de compra mensal de obrigações.
Yellen e Powell coincidiram também em assinalar que a variante delta do novo coronavirus diminuiu a recuperação da economia, apesar de uma reabertura da atividade "sem precedentes".
Questionada sobre a situação atual da economia, a titular do Tesouro considerou que a recuperação da recessão induzida pela pandemia continua a ser "frágil, mas rápida".
"Apesar de a nossa economia continuar a expandir-se e a recuperar parte substancial dos empregos perdidos em 2020, os desafios significativos da variante delta continuam a prejudicar a velocidade da recuperação", disse Yellen.
Além da crise económica, Powell destacou que a variante delta provocou "um sofrimento humano significativo".
Lusa/fim
Yellen e Powell foram ouvidos na comissão senatorial da Banca, ocasião em que responderam a questões sobre a atualidade da economia norte-americana e as ajudas para mitigar os efeitos da pandemia do novo coronavirus.
Para justificar o alerta aos senadores, Powell adiantou que a estagnação da oferta, que é um dos principais fatores do aumento dos preços no país, piorou.
"Vejam-se as construtoras automóveis, vejam-se os navios (de carga) ancorados em Los Angeles. Há de facto um desajuste entre a oferta e a procura. Precisamos que os bloqueios da oferta se aliviem, diminuam, antes que a inflação possa baixar", avançou o presidente da Fed.
Powell admitiu que os efeitos "foram maiores e mais prolongados do que se previa", mas espera que diminuam, e que, à medida que o façam, a inflação retroceda para a meta dos 2% a médio prazo.
Yellen antecipou que a inflação "provavelmente vai estar mais próxima de 4%" este ano e "claramente acima de 2%", que é a meta anual da Fed.
A inflação anual baixou em agosto uma décima, para 5,3%, o que foi um primeiro sinal de arrefecimento do crescimento dos preços depois de subidas consecutivas, apesar de se manterem em níveis muito elevados.
Powell explicou que o banco central dos EUA poderia começar a reduzir o seu programa de compras mensais de obrigações no montante de 120 mil milhões de dólares (103 mil milhões de euros), a decidir na próxima reunião do seu comité de política monetária (FOMC, na sigla em Inglês), prevista para 02 e 03 de novembro.
Com efeito, na sua reunião mais recente, feita na semana passada, a Fed manteve a sua principal taxa de juro de referência, no intervalo entre zero e 0,25%, mas apontou que poderia começar "imediatamente" a retirada do estímulo monetário, através da redução do volume de compra mensal de obrigações.
Yellen e Powell coincidiram também em assinalar que a variante delta do novo coronavirus diminuiu a recuperação da economia, apesar de uma reabertura da atividade "sem precedentes".
Questionada sobre a situação atual da economia, a titular do Tesouro considerou que a recuperação da recessão induzida pela pandemia continua a ser "frágil, mas rápida".
"Apesar de a nossa economia continuar a expandir-se e a recuperar parte substancial dos empregos perdidos em 2020, os desafios significativos da variante delta continuam a prejudicar a velocidade da recuperação", disse Yellen.
Além da crise económica, Powell destacou que a variante delta provocou "um sofrimento humano significativo".
Lusa/fim