A Rússia vai suspender a venda de obrigações para o resto deste ano, anunciou Anton Siluanov, o ministro das Finanças russo, justificando esta decisão com os elevados custos. "Não temos planos para ir ao mercado local ou a mercados externos este ano", indicou, acrescentando que "não faz sentido porque os custos de empréstimos seriam cósmicos". 

Com a Rússia a aproximar-se de um possível "default" devido às sanções impostas pelo Ocidente como condenação pela guerra, este ministro acusou os Estados Unidos e outros países de estarem a forçar um "default" do país. E garantiu que a Rússia poderá recorrer aos meios legais caso entre em incumprimento. 

"Claro que vamos processar, porque adotámos todos os passos necessários para garantir que os investidores vão receber os seus pagamentos", indicou Siluanov ao jornal russo Izvestia.

Em meados de março, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, reconheceu a possibilidade de a Rússia entrar numa "recessão profunda" devido às sanções "sem precedentes" impostas pelo Ocidente. 

Numa entrevista dada à CBS News, Georgieva adiantou que as sanções vão atingir de forma severa a Rússia, reduzindo o poder de compra e o rendimento real no país. E, desde que esta entrevista foi concedida, o pacote de sanções à Rússia aumentou significativamente, já que os Estados Unidos, a União Europeia e os países do G7 anunciaram medidas contra o país liderado por Vladimir Putin.