Notícia
Reguladores americanos querem travar especulação no petróleo
Os reguladores federais norte-americanos estão a ponderar se o governo deve impor limites ao número de contratos de futuros sobre o petróleo e outras commodities energéticas que são detidos por operadores especulativos, afirmou hoje o responsável pela Comissão de Negociação de Futuros sobre Matérias-Primas (CFTC, na sigla em inglês), Gary Gensler.
Os reguladores federais norte-americanos estão a ponderar se o governo deve impor limites ao número de contratos de futuros sobre o petróleo e outras “commodities” energéticas que são detidos por operadores especulativos, afirmou hoje o responsável pela Comissão de Negociação de Futuros sobre Matérias-Primas (CFTC, na sigla em inglês), Gary Gensler.
Esta agência vai realizar uma audiência em finais deste mês para reunir os pontos de vista dos consumidores, empresas e intervenientes do mercado no que diz respeito à ideia de impor novos limites aos contratos de futuros sobre energia, avança o “The New York Times”, citando o presidente da CFTC.
Será a primeira de uma série de audiências agendadas para Julho e Agosto, destinadas a determinar se a agência “deve usar de toda a sua autoridade para levar a cabo a sua missão”, referiu Gensler. Esta iniciativa insere-se no âmbito dos renovados receios do Congresso e das queixas por parte de alguns operadores relativamente à especulação no mercado de futuros sobre o petróleo.
Nos termos da lei, a CFTC estabelece limites ao número de contratos de futuros sobre alguns produtos agrícolas que podem ser detidos por cada participante de mercado, de forma a protegê-los de manipulação. Mas no que diz respeito às matérias-primas energéticas – crude, gasóleo para aquecimento, gás natural, gasolina e outros – são os próprios mercados de futuros que fixam os limites para as posições, se o desejarem fazer, salienta o “The New York Times”.
Os operadores e corretores petrolíferos têm-se queixado que os fundos têm investido fortemente nas “commodities” do sector energético, o suficiente para impulsionarem artificalmente os preços, relembra o mesmo jornal. E aqueles profissionais dão como exemplo as cotações do petróleo, que praticamente duplicaram desde Março, apesar de os relatórios governamentais mostrarem que os EUA estão com excesso de crude.
O investidor multimilionário George Soros afirmou no ano passado, numa das audiências realizadas no Senado em Junho, que a subida dos preços do petróleo em 2008 estava a ser causada, em parte, pelos fundos de índices que só compram contratos de petróleo. Os fundos de índices e os ETF, que replicam um índice, podem deter contratos de petróleo num volume superior à oferta disponível.
Contratos avolumam-se
Há menos de um mês, o mercado nova-iorquino contava com 1,2 milhões de contratos de petróleo activos, representando 1,2 mil milhões de barris de crude, disse ao Negócios o presidente da WTRG Economics, James Williams.
A especulação está assim a aumentar fortemente nos mercados petrolíferos, sendo que os contratos que estão actualmente a ser negociados pressupõem a existência de petróleo... que não existe fisicamente. Ou seja, está a ser negociada uma quantidade muito maior de crude do que aquela que existe para disponibilizar.
“Os contratos de Julho do West Texas Intermediate [WTI - crude de referência dos EUA que é transaccionado em Nova Iorque] representam 134.388.000 barris de crude que deveriam estar no porto de Cushing, em Oklahoma. Mas o total de crude em Cushing é de apenas 28.976.000 barris”, observou aquele analista.
Recorde-se que no ano 2000 havia pouco mais de 400.000 contratos de futuros para o petróleo no mercado de Nova Iorque [e cada contrato tem mil barris].
Em Janeiro de 2000, os especuladores controlavam 37% dos contratos de compra do WTI. O resto do mercado estava por conta das empresas que faziam cobertura de risco contra os custos do combustível, como era o caso das refinarias e das companhias aéreas. Mas este ‘jogo de forças’ alterou-se por completo: em Abril, os especuladores já detinham 71% dos contratos de WTI, acusou há um ano a CFTC.
Petróleo e algodão na mira das investigações
No ano passado, a CFTC levou a cabo investigações para determinar a possível manipulação de preços nos mercados dos futuros sobre o petróleo e algodão. Hoje, a Bloomberg salienta que o United States Oil Fund, primeiro Exchange Traded Fund (ETF – instrumentos que replicam o desempenho dos índices) para os futuros do crude, diz não ter provocado em 2008 a subida dos preços do crude para máximos históricos nem o subsequente colapso.
Os reguladores norte-americanos começaram a investigar este fundo em Fevereiro, devido a um aumento da diferença de preços entre dois contratos de futuros sobre o crude. O fundo referiu que as suas posições em futuros de petróleo diminuíram entre Janeiro de 2007 e Julho de 2008, período em que os preços passaram de cerca de 53 dólares por barril para 147,27 dólares (máximo histórico atingido a 11 de Julho pelo West Texas Intermediate, “benchmark” para os EUA).
Os preços do petróleo seguem a negociar em alta em Londres e Nova Iorque, pela primeira vez numa semana, impulsionados pela desvalorização do dólar face ao euro, o que intensifica a procura desta matéria-prima como cobertura contra a inflação.
Esta agência vai realizar uma audiência em finais deste mês para reunir os pontos de vista dos consumidores, empresas e intervenientes do mercado no que diz respeito à ideia de impor novos limites aos contratos de futuros sobre energia, avança o “The New York Times”, citando o presidente da CFTC.
Nos termos da lei, a CFTC estabelece limites ao número de contratos de futuros sobre alguns produtos agrícolas que podem ser detidos por cada participante de mercado, de forma a protegê-los de manipulação. Mas no que diz respeito às matérias-primas energéticas – crude, gasóleo para aquecimento, gás natural, gasolina e outros – são os próprios mercados de futuros que fixam os limites para as posições, se o desejarem fazer, salienta o “The New York Times”.
Os operadores e corretores petrolíferos têm-se queixado que os fundos têm investido fortemente nas “commodities” do sector energético, o suficiente para impulsionarem artificalmente os preços, relembra o mesmo jornal. E aqueles profissionais dão como exemplo as cotações do petróleo, que praticamente duplicaram desde Março, apesar de os relatórios governamentais mostrarem que os EUA estão com excesso de crude.
O investidor multimilionário George Soros afirmou no ano passado, numa das audiências realizadas no Senado em Junho, que a subida dos preços do petróleo em 2008 estava a ser causada, em parte, pelos fundos de índices que só compram contratos de petróleo. Os fundos de índices e os ETF, que replicam um índice, podem deter contratos de petróleo num volume superior à oferta disponível.
Contratos avolumam-se
Há menos de um mês, o mercado nova-iorquino contava com 1,2 milhões de contratos de petróleo activos, representando 1,2 mil milhões de barris de crude, disse ao Negócios o presidente da WTRG Economics, James Williams.
A especulação está assim a aumentar fortemente nos mercados petrolíferos, sendo que os contratos que estão actualmente a ser negociados pressupõem a existência de petróleo... que não existe fisicamente. Ou seja, está a ser negociada uma quantidade muito maior de crude do que aquela que existe para disponibilizar.
“Os contratos de Julho do West Texas Intermediate [WTI - crude de referência dos EUA que é transaccionado em Nova Iorque] representam 134.388.000 barris de crude que deveriam estar no porto de Cushing, em Oklahoma. Mas o total de crude em Cushing é de apenas 28.976.000 barris”, observou aquele analista.
Recorde-se que no ano 2000 havia pouco mais de 400.000 contratos de futuros para o petróleo no mercado de Nova Iorque [e cada contrato tem mil barris].
Em Janeiro de 2000, os especuladores controlavam 37% dos contratos de compra do WTI. O resto do mercado estava por conta das empresas que faziam cobertura de risco contra os custos do combustível, como era o caso das refinarias e das companhias aéreas. Mas este ‘jogo de forças’ alterou-se por completo: em Abril, os especuladores já detinham 71% dos contratos de WTI, acusou há um ano a CFTC.
Petróleo e algodão na mira das investigações
No ano passado, a CFTC levou a cabo investigações para determinar a possível manipulação de preços nos mercados dos futuros sobre o petróleo e algodão. Hoje, a Bloomberg salienta que o United States Oil Fund, primeiro Exchange Traded Fund (ETF – instrumentos que replicam o desempenho dos índices) para os futuros do crude, diz não ter provocado em 2008 a subida dos preços do crude para máximos históricos nem o subsequente colapso.
Os reguladores norte-americanos começaram a investigar este fundo em Fevereiro, devido a um aumento da diferença de preços entre dois contratos de futuros sobre o crude. O fundo referiu que as suas posições em futuros de petróleo diminuíram entre Janeiro de 2007 e Julho de 2008, período em que os preços passaram de cerca de 53 dólares por barril para 147,27 dólares (máximo histórico atingido a 11 de Julho pelo West Texas Intermediate, “benchmark” para os EUA).
Os preços do petróleo seguem a negociar em alta em Londres e Nova Iorque, pela primeira vez numa semana, impulsionados pela desvalorização do dólar face ao euro, o que intensifica a procura desta matéria-prima como cobertura contra a inflação.