Notícia
Ray Dalio acredita que está na altura certa para comprar ações chinesas
O apetite dos investidores estrangeiros pelas ações chinesas continua a recuperar, à medida que se tornam menos pessimistas quanto às perspetivas de uma recuperação.
02 de Abril de 2024 às 10:27
Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, maior fundo de investimento do mundo, disse esta terça-feira que esta é a altura certa para investir em ações chinesas, quando Pequim está a trabalhar para apoiar a economia.
"A altura de comprar é quando toda a gente odeia o mercado e este está barato, o que é agora no caso das ações chinesas", especialmente porque há sinais de que os líderes económicos do país estão a preparar medidas de estímulo como a flexibilização quantitativa e a reestruturação da dívida para relançar a economia, escreveu Dalio, na sua página no LinkedIn.
"Os problemas da China (...) podem ser geridos pelos dirigentes chineses se estes fizerem bem o seu trabalho, sendo simultaneamente inteligentes e corajosos. Penso que aqueles que orientam a política na China acabarão por lidar bem com os problemas", acrescentou.
As observações de Dalio surgem numa altura em que os responsáveis políticos de Pequim intensificaram os esforços para reanimar a segunda maior economia do mundo, que tem sido afetada por uma crise no mercado imobiliário, problemas de dívida dos governos locais e riscos de deflação.
O banco central baixou as taxas de juro e os requisitos do rácio de reservas de capital dos bancos, nos últimos meses e espera-se agora que retome a compra de obrigações do tesouro para injetar mais liquidez na economia.
As ações chinesas estão a tentar recuperar de uma desvalorização conjunta de 10 biliões de dólares, nos últimos três anos, com as avaliações a pairar perto de um mínimo de uma década. O índice MSCI China, que acompanha mais de 700 empresas do país, recuperou 12% em relação ao mínimo de janeiro, o que o coloca entre os melhores desempenhos dos principais pares mundiais durante esse período, de acordo com dados da agência Bloomberg.
O apetite dos investidores estrangeiros pelas ações chinesas continua a recuperar, à medida que se tornam menos pessimistas quanto às perspetivas de uma recuperação. Os fundos 'offshore' compraram 22 mil milhões de yuans (quase 2,8 mil milhões de euros) de ações denominadas em yuan, em março, de acordo com os dados do Stock Connect.
Dalio reconheceu, no entanto, que os problemas da China podem continuar a ser motivo de preocupação, uma vez que os seus dirigentes precisam de reestruturar as dívidas crescentes ou arriscam-se a uma "década perdida" como aconteceu no Japão, nos anos 1990.
Pequim precisa de uma desalavancagem deflacionista para reduzir as dívidas e de uma política monetária mais fácil para apoiar o crescimento, o que seria "difícil e politicamente perigoso" de conceber, afirmou.
Os conflitos geopolíticos também continuarão a levar os investidores mundiais a diversificar ou a abandonar a China. Isso significa que o país continuará a enfrentar dificuldades para atrair investimento, disse Dalio.
A Bridgewater Associates, que gere mais de 124 mil milhões de dólares em ativos, tem vindo a desfazer-se das ações chinesas da sua carteira nos últimos meses. O fundo de retorno absoluto vendeu todas as suas participações no retalhista de baixo custo Miniso e no gestor de fortunas Noah Holdings no último trimestre de 2023, e reduziu as suas posições em ações chinesas, incluindo PDD Holdings, Trip.com e Yum China.
O fundo juntou-se também a um êxodo global ao abandonar 10 ações, incluindo os fabricantes de veículos elétricos Xpeng e Li Auto e as empresas biofarmacêuticas HutchMed e BeiGene.
Mas nenhum dos problemas na China superou o seu atrativo em termos de investimento, disse Dalio.
"Para mim, a principal questão não é se devo ou não investir na China, mas sim quanto devo investir", afirmou.
"A altura de comprar é quando toda a gente odeia o mercado e este está barato, o que é agora no caso das ações chinesas", especialmente porque há sinais de que os líderes económicos do país estão a preparar medidas de estímulo como a flexibilização quantitativa e a reestruturação da dívida para relançar a economia, escreveu Dalio, na sua página no LinkedIn.
As observações de Dalio surgem numa altura em que os responsáveis políticos de Pequim intensificaram os esforços para reanimar a segunda maior economia do mundo, que tem sido afetada por uma crise no mercado imobiliário, problemas de dívida dos governos locais e riscos de deflação.
O banco central baixou as taxas de juro e os requisitos do rácio de reservas de capital dos bancos, nos últimos meses e espera-se agora que retome a compra de obrigações do tesouro para injetar mais liquidez na economia.
As ações chinesas estão a tentar recuperar de uma desvalorização conjunta de 10 biliões de dólares, nos últimos três anos, com as avaliações a pairar perto de um mínimo de uma década. O índice MSCI China, que acompanha mais de 700 empresas do país, recuperou 12% em relação ao mínimo de janeiro, o que o coloca entre os melhores desempenhos dos principais pares mundiais durante esse período, de acordo com dados da agência Bloomberg.
O apetite dos investidores estrangeiros pelas ações chinesas continua a recuperar, à medida que se tornam menos pessimistas quanto às perspetivas de uma recuperação. Os fundos 'offshore' compraram 22 mil milhões de yuans (quase 2,8 mil milhões de euros) de ações denominadas em yuan, em março, de acordo com os dados do Stock Connect.
Dalio reconheceu, no entanto, que os problemas da China podem continuar a ser motivo de preocupação, uma vez que os seus dirigentes precisam de reestruturar as dívidas crescentes ou arriscam-se a uma "década perdida" como aconteceu no Japão, nos anos 1990.
Pequim precisa de uma desalavancagem deflacionista para reduzir as dívidas e de uma política monetária mais fácil para apoiar o crescimento, o que seria "difícil e politicamente perigoso" de conceber, afirmou.
Os conflitos geopolíticos também continuarão a levar os investidores mundiais a diversificar ou a abandonar a China. Isso significa que o país continuará a enfrentar dificuldades para atrair investimento, disse Dalio.
A Bridgewater Associates, que gere mais de 124 mil milhões de dólares em ativos, tem vindo a desfazer-se das ações chinesas da sua carteira nos últimos meses. O fundo de retorno absoluto vendeu todas as suas participações no retalhista de baixo custo Miniso e no gestor de fortunas Noah Holdings no último trimestre de 2023, e reduziu as suas posições em ações chinesas, incluindo PDD Holdings, Trip.com e Yum China.
O fundo juntou-se também a um êxodo global ao abandonar 10 ações, incluindo os fabricantes de veículos elétricos Xpeng e Li Auto e as empresas biofarmacêuticas HutchMed e BeiGene.
Mas nenhum dos problemas na China superou o seu atrativo em termos de investimento, disse Dalio.
"Para mim, a principal questão não é se devo ou não investir na China, mas sim quanto devo investir", afirmou.