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Powell diz que tarifas aumentam pressão inflacionista
O presidente do banco central norte-americano advertiu para as tarifas aduaneiras da Administração Trump na conferência de imprensa após a reunião em que a Reserva Federal decidiu manter as taxas de juro.
O presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Jerome Powell, falou em conferência de imprensa após a divulgação da decisão da Fed de manter os juros diretores no nível de dezembro e reiterou o que é sinalizado nas projeções económicas hoje avançadas: que as tarifas alfandegárias estão a fazer subir as estimativas para a inflação no curto prazo.
"Alguns indicadores de curto-prazo das expectativas para a inflação elevaram-se recentemente. Vemos isto quer nos indicadores de mercado, quer nos indicadores das sondagens, e os inquiridos das sondagens – tanto os consumidores como as empresas – estão a mencionar as tarifas como um fator determinante", sublinhou o presidente do banco central.
E adiantou: "a nova Administração está em vias de implementar significativas mudanças em quatro áreas distintas: comércio, imigração, política orçamental e desregulação. Será o efeito líquido destas políticas que irá importar à economia e ao rumo da política monetária".
Além disso, Powell afirmou que a Fed estava a ficar "cada vez mais perto" da estabilidade dos preços, mas que as tarifas poderão atrasar esse processo. "Penso que, com a entrada das tarifas, os progressos adicionais na inflação poderão sofrer um atraso".
Segundo Powell, a Fed irá analisar atentamente os dados económicos para ver se encontra sinais de debilidade. De momento, os dados concretos têm estado sólidos, mas os dados resultantes das sondagens têm revelado uma maior incerteza e receios de contração da economia. "Achamos que a melhor coisa a fazer é esperar por uma maior clareza acerca da economia", apontou o presidente do banco central.
"Se a economia se mantiver robusta e a inflação não prosseguir de forma sustentada rumo aos 2%, podemos manter a política restritiva (juros num nível elevado) durante mais tempo. Se o mercado de trabalho fraquejar inesperadamente ou se a inflação começar a diminuir mais depressa do que o antecipado, podemos aliviar a política monetária", sublinhou ainda.