As políticas da administração Trump, tidas como inflacionistas, estão já a ter impacto nas projeções da Reserva Federal (Fed). O banco central norte-americano prevê que seu indicador de inflação preferido, o índice de preços com despesas no consumo pessoal (o PCE), aumente 2,7% este ano, contra uma previsão de 2,5% em dezembro.

O indicador de inflação PCE subjacente, que exclui as categoriais mais voláteis dos alimentos e energia, vai ser ainda mais elevado, atingindo os 2,8% este ano, contra um projeção anterior de 2,5%. A Fed tem como alvo uma inflação de 2%.

A inflação PCE deve abrandar nos dois próximos anos para 2,2% e 2%, refere o quadro de projeções económicas que acompanha a decisão de política monetária desta quarta-feira, em que o banco decidiu manter as taxas de juro num intervalo entre 4,25% e 4,5%.

Após a reunião, em conferência de imprensa, o presidente da Fed, Jerome Powell, confirmou que é a guerra comercial iniciada pela administração Trump que está a impulsionar as expectativas de inflação de curto prazo.           

Para o crescimento, o banco central norte-americano reviu em baixa de 0,4 pontos percentuais a projeção para a expansão do PIB este ano, apontando um crescimento de 1,7% este ano, contra uma previsão de 2,1% em dezembro. Nos dois próximos anos, o crescimento deverá continuar contido nos 1,8%, contra projeções anteriores de 2,0% e 1,9%, respetivamente.

A taxa de desemprego também foi alvo de uma revisão, mas mais ligeira, com um agravamento para 4,4%, contra a previsão anterior de 4,3%, mantendo o mesmo nível em 2026 e 2027.