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Powell abre a porta a novos estímulos para travar uma "prolongada recessão"

O presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos disse que seriam necessárias novas ferramentas para estimular a economia do país, alertando para uma possível prolongada recessão.

Jerome Powell não esperou por nova reunião ordinária da Fed para voltar a cortar juros.
Joshua Roberts/Reuters
13 de Maio de 2020 às 15:09
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O presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Jerome Powell, alertou para a necessidade futura de largar novos e mais estímulos sobre a economia da região, para conter aquela que poderá ser uma "prolongada recessão".

"Enquanto que a resposta económica tem sido no tempo e no tamanho certos, este pode não ser o capítulo final, uma vez que o caminho que ainda se segue é altamente incerto e sujeito a grandes riscos", disse Jerome Powell, num evento realizado nesta quarta-feira, dia 13 de maio, pelo Peterson Institute for International Economics.

Powell advertiu que as "recessões mais profundas e mais longas" tendem a deixar "danos duradouros na capacidade produtiva da economia" e os EUA arriscam-se a passar por um "período prolongado de baixo crescimento da produtividade", mesmo depois dos apoios totais de 3 biliões de dólares anunciados desde o início da pandemia e que impulsionaram os índices bolsistas para uma recuperação na ordem dos 30% desde os mínimos de março.

Os comentários do líder do banco central surgem numa altura em que os dados que medem o pulso à saúde da economia no país têm espelhado as dificuldades que está a sentir para lidar com o novo coronavírus. Em abril, a taxa de desemprego mais do que triplicou em abril para 14,7%, face aos 4,4% registados no mês anterior, o que representa um máximo desde o final da segunda guerra mundial.

Para esta taxa de desemprego histórica no país contribuíram os novos 20,5 milhões de desempregados que o país registou no período em análise. É preciso recuar à Grande Depressão de 1929 para assistirmos a uma subida tão grande num só mês. 

Sem especificar que medidas adicionais poderiam ainda ser usadas, Jerome Powell disse que se devia "fazer o possível para evitar piores consequências e isso pode exigir políticas adicionais. Na Fed, continuaremos a usar as nossas ferramentas ao máximo até que a crise passe e a recuperação económica esteja em andamento", acrescentou o líder do banco central, apelando à Casa Branca para que abra os cordões à bolsa para além dos 3 biliões dólares disponibilizados até agora. 

Segundo Powell, "o apoio fiscal adicional pode ser caro, mas vale a pena se ajudar a evitar danos económicos a longo prazo", numa altura em que as taxas de juros diretoras da Fed já se encontram em mínimos históricos.

Apesar disso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apelou para que a Fed corte ainda mais as taxas de juro diretoras para níveis negativos, uma opção que tinha sido descartada por Jerome Powell, uma vez que não a considera "adequada" para responder à crise atual. 

O discurso de hoje de Powell surge numa altura em que muitos Estados norte-americanos começaram a levantar as medidas de desconfinamento, mesmo com o país ainda a lutar para contar a propagação do vírus. 
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