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Pandemia de 1918 relacionada com ascensão de nazistas, diz a Fed
O estudo da Fed de Nova Iorque refere que as cidades com o maior número de vítimas registaram reduções dos gastos sociais e que "as mortes por influenza de 1918 estão correlacionadas com um aumento da parcela de votos conquistados por extremistas de direita".
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Num alerta sobre as possíveis implicações políticas do coronavírus, um estudo da Reserva Federal de Nova Iorque mostra que existiu uma relação entre a pandemia de gripe de 1918 e a ascensão do Partido Nazi na Alemanha.
O estudo refere que as cidades com o maior número de vítimas registaram reduções dos gastos sociais e que "as mortes por influenza de 1918 estão correlacionadas com um aumento da parcela de votos conquistados por extremistas de direita".
"Isso está sustentado mesmo quando analisamos a composição étnica e religiosa de uma cidade, o desemprego regional, votos anteriores da direita e outras características locais que supostamente levam a uma maior participação extremista nos votos", escreveu o economista Kristian Blickle. "As mortes causadas pela pandemia de gripe de 1918-1920 moldaram profundamente a sociedade alemã".
A economia global pode enfrentar a pior recessão em tempos de paz em praticamente um século - desde a Grande Depressão, quando os nazis chegaram ao poder - em resultado do surto de coronavírus. Nesse contexto, o estudo destaca o risco de efeitos sociais duradouros se os governos não adotarem medidas suficientes.
Kristalina Georgieva, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), instou os países a gastarem tudo o que puderem para aliviar o impacto do vírus.
O estudo da Fed de Nova Iorque argumenta que a pandemia de 1918 pode ter mudado especialmente as "preferências sociais" dos jovens, além de ter despertado o ressentimento contra estrangeiros.
"Somos cautelosos na interpretação dos nossos resultados", escreveu o autor. "No entanto, o estudo oferece uma nova contribuição para a discussão em torno dos efeitos a longo prazo das pandemias".