Os fundos de investimento mobiliários portugueses sofreram resgates de 1.906,4 milhões de euros em Setembro e novas entradas de 1.0642 milhões de euros, pelo que as subscrições líquidas foram negativas em 842,2 milhões de euros, mostrando que os portugueses continuam a retirar dinheiro dos fundos devido à crise financeira.

Segundo dados hoje revelados pela APFIP, verificou-se em Setembro um decréscimo de 7,4% nos valores dos activos geridos pelos FIM portugueses. Desde o início do ano a queda nos activos é de 30,7% e desde Setembro passado a descida é de 36,3%. Hoje os FIM gerem activos de 17,8 mil milhões de euros, quando em Setembro passado este valor superava 28 mil milhões de euros.

Esta forte queda deve-se à perda de valor dos activos e à retirada de dinheiro por parte dos investidores. Só em Setembro, mês em que se intensificou a crise financeira, com a falência do Lehman Brothers e colapso de outras instituições, as subscrições líquidas foram negativas em 842,2 milhões de euros.

Apesar do montante elevado, Setembro foi apenas o terceiro pior deste ano. Em Abril as subscrições líquidas negativas foram de 853 milhões de euros e em Janeiro deste ano superaram os mil milhões de euros.

Desde o início deste ano a fuga dos FIM portugueses totaliza já 6.233 milhões de euros. Nos últimos 12 meses a retirada de dinheiro ascendeu a 8.459 milhões de euros.

Olhando para as várias classes de activos, as que sofreram maiores subscrições líquidas negativas foram as de Fundo Tesouraria Euro (288 milhões de euros). Nos fundos de acções nacionais os investidores retiraram 9 milhões de euros. Fundos de fundos mistos, fundos de acções da América do Norte e Fundos do Mercado Monetário Euro foram os únicos com subscrições positivas.