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Petróleo reforça perdas apesar de queda das reservas
As cotações do crude seguem a intensificar o movimento de descida e nem a redução dos inventários nos EUA nem a valorização do dólar ajudaram a inverter a tendência.
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Em Londres, o contrato para entrega em Outubro do Brent do Mar do Norte, crude de referência para a Europa, cede 1,6%, para 108,73 dólares por barril.
Os inventários da gasolina diminuíram em 481 mil barris, quando se estimava um aumento de meio milhão de barris.
Quanto aos “stocks” de produtos destilados – que incluem gasóleo e combustível para aquecimento – registaram um decréscimo de 482 mil barris, contra a projecção de uma subida de meio milhão de barris.
Apesar de as reservas destes produtos terem caído, quando se esperava um aumento, a matéria-prima continua a perder terreno nos principais mercados internacionais. É que apesar da redução dos inventários, a produção norte-americana de crude subiu para o nível mais alto desde Janeiro de 1997, o que alivia os recentes receios de escassez (que levaram à possibilidade de os EUA terem de recorrer às suas reservas estratégicas).
Hoje, o dólar está a valorizar face ao euro, o que também costuma sustentar o petróleo – já que fica mais atractivo como investimento, por ser negociado na nota verde – mas nem esse factor está a impulsionar.
Entre as principais razões para a queda de hoje está o facto de as bolsas estarem a transaccionar no vermelho e também as declarações do presidente do Banco da Reserva Federal de Filadélfia, Charles Plosser, que disse ser provável que o novo pacote de estímulos nos EUA não impulsione o crescimento económico. “A euforia do ‘quantitative easing’ diminuiu”, comentou à Bloomberg um estratega do Saxo Bank, Ole Hansen.
Além disso, o Citigroup reviu em baixa as previsões para a procura mundial de petróleo, o que está igualmente a deprimir o mercado.
Ainda a pressionar está também a crise da dívida na Zona Euro, com as tensões sociais e políticas em Espanha no centro das atenções esta semana. Com os receios de abrandamento económico na Europa, e noutras regiões do mundo, aumenta o potencial de uma menor procura de crude, o que desanima os investidores.