A queda acentuada da bolsa chinesa está a provocar um forte movimento de desvalorização em todas as praças financeiras mundiais. As perdas dos índices europeus já vão perto dos 3%, o que representa a descida mais acentuada em oito meses. Em Lisboa o PSI-20 está também em queda generalizada, a descer mais de 2%.

O DJ Stoxx 50 segue a desvalorizar 2,49%, estando a maioria dos principais índices europeus a marcar perdas próximas de 3%.

Este movimento de "sell-off" iniciou na China, com os principais índices deste mercado a fecharem com uma desvalorização superior a 9%, que foi a maior dos últimos 10 anos.

A bolsa chinesa duplicou de valor no ano passado e vinha atingir máximos históricos consecutivos, tendo hoje corrigido fortemente, depois do Governo ter anunciado medidas para travar os investimentos ilegais e especulativos. Com os receios que as cotações das empresas estejam em valores insustentáveis, verificou-se uma venda massiva de acções, que "apagou" do mercado chinês uma capitalização bolsista de 107 mil milhões de dólares (88 mil milhões de euros).

Este movimento de "sell-off" estendeu-se aos mercados em geral, afectando de forma mais acentuada outros mercados emergentes, como o russo, turco e sul-africano.

Na Europa (todos os 18 principais mercados estão a descer) a tendência de queda agravou-se com a abertura negativa de Wall Street. Os principais índices europeus estão todos a descer bem mais de 2% e na bolsa de Lisboa o PSI-20 também já esteve a perder mais de 2%. O índice português segue nesta altura a descer 1,94%, com 19 dos 20 títulos em queda.

Companhias como o BCP, EDP, Portucel, Mota-Engil, Semapa, Sonaecom e Sonae SGPS descem mais de 2%.

São precisamente as acções que mais valorizam este ano as que estão a ser mais castigadas.

Eram já varias as vozes no mercado que colocavam a questão se as acções mundiais não necessitavam já de um período de correcção, depois de quatro anos seguidos de valorização.