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Ouro supera barreira dos 1.900 dólares pela primeira vez desde 2011

O metal precioso está cada vez mais próximo de renovar os máximos históricos. Agora, ao valorizar pela sexta sessão consecutiva, superou o patamar dos 1.900 dólares e há analistas que antevêem uma chegada aos 2.000 dólares.

Dario Pignatelli/Bloomberg
24 de Julho de 2020 às 14:52
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O ouro superou a barreira dos 1.900 dólares por onça pela primeira vez desde agosto de 2011, encaminhando-se para perto de máximos históricos atingidos também nesse ano, numa altura em que a tensão entre os Estados Unidos e a China trazem receios para os mercados e impulsionam o metal precioso, um ativo cuja procura tende a aumentar com a turbulência externa. 

Por esta altura, o ouro valoriza 0,93% para os 1.905,05 dólares por onça e alarga o ciclo de ganhos pelo sexto dia consecutivo. Para se verificar uma série tão longa de ganhos é preciso recuar até à primeira semana se janeiro deste ano, quando o metal esteve sete sessões seguidas a conhecer o sabor da vitória. 

"Os comentários de ontem do secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, sobre a necessidade de um dólar estável, não levaram os investidores a mudar de opinião sobre o metal amarelo, e a febre do ouro permanece enorme. Tecnicamente, a primeira zona de suporte podia ser encontrada nos 1.880 dólares, enquanto o preço está a atacar o nível psicológico de 1.900 dólares", escrevia Carlo Alberto de Casa, analista da ActivTrades, minutos antes de o ouro superar esta barreira. 


Esta será também a sétima semana consecutiva em que o metal vai acumular um ganho, naquela que é a maior sequência de subidas semanais desde meados de 2011. Para além do ouro, a prata encaminha-se para o maior ganho semanal das últimas quatro décadas, ao valorizar quase 18%.

O ouro está assim bem encaminhado para superar os máximos históricos atingidos em setembro de 2011, nos 1.920,15 dólares por onça. 

Um dólar fraco é outro dos fatores que está a impulsionar o ouro, uma vez que o metal é denominado em dólares e quando esta moeda se debilita, o metal fica mais atrativo como investimento. A divisa norte-americana continua a sua senda negativa e perde hoje 0,09% para os 86,14 cêntimos. 

Para além disso, as taxas de juro negativas, os apoios sucessivos dos governos e bancos centrais e a incerteza quanto À recuperação pós-pandemia, são outros fatores que precipitam esta corrida ao ouro.

A procura por ETF do metal precioso tem-se também destacado. Segundo dados revelados em inícios de julho pelo Conselho Mundial do Ouro, os ETF de ouro somaram 734 toneladas na primeira metade de 2020, mais do que em qualquer ano completo. Só no mês de junho, aumentaram em 104 toneladas. Os ETF são produtos negociados em bolsa e o principal objetivo é replicar o desempenho de um determinado índice, "commodity" ou cabaz de ativos.

O caminho que o comboio do ouro vai traçar é ainda indefinido, mas parece cada vez mais certo que os máximos históricos sejam ultrapassados. Os analistas do Citi dizem que é "apenas uma questão de tempo" até o metal precioso bater um recorde", antevendo que poderá mesmo bater no patamar dos 2.000 dólares nos próximos três a cinco meses. 
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