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Novo espectro paira sobre as tecnológicas chinesas com Pequim a apertar regulação

Depois de 40 anos de um crescimento exponencial, ao estilo americano, o Partido Comunista Chinês está agora a cair em cima de todas as gigantes no ramo da tecnologia, com novas leis anti-concorrenciais em cima da mesa.

O presidente chinês, Xi Jinping, conseguiu controlar o vírus e retomar a atividade económica no final de fevereiro.
Noel Celis/Reuters
17 de Agosto de 2021 às 12:09
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Pequim voltou à carga contra as tecnológicas. Agora, o governo chinês estará a esboçar nova legislação para combater a concorrência desleal que as maiores empresas de tecnologia no país têm sido acusadas de exercer sobre as empresas de menor dimensão. Nas últimas semanas, depois de 40 anos a permitir que o mercado tecnológico prosperasse de forma robusta, Xi Jinping, líder da segunda maior economia do mundo, lembrou os mercados que a foice e o martelo amarelos estão desde sempre à frente do pano vermelho que compõe a bandeira do Partido Comunista Chinês.

A China mudou de postura, passando da "versão americana" para a "versão alemã" em termos de regulação, de acordo com Chen Li, estratega da Soochow Securities, citado pela Bloomberg. Numa outra nota, Chris Leung, economista da DBS Group, diz mesmo que 
"o abandono de Pequim do modelo anglo-saxónico já começou", e agora "o modelo alemão é um forte candidato como orientador para o desenvolvimento".

Num texto de fim de semana publicado pela Bloomberg, no início de agosto, os jornalistas Tom Hancock e Tom Orlik dizem, a propósito deste recente aperto na regulação às grandes empresas do país, que "os líderes chineses lembraram-se de algo importante: são do partido comunista".

Nesta terça-feira, durante a madrugada em Lisboa, o índice que reúne as maiores empresas chinesas de tecnologia cotadas em Hong Kong, o Hang Seng Tech Index, registou uma queda de mais de 3% pelo quinto dia consecutivo. Ontem, em Wall Street, o Nasdaq Golden Dragon Index, que agrupa as empresa de tecnologia chinesas cotadas nos EUA, perdeu igualmente pelo quinto dia consecutivo, também mais de 3%.

Em causa estará um novo avanço por parte dos reguladores chineses sobre este setor. Desta feita, o State Administration for Market Regulation (SAMR) divulgou um rascunho de uma legislação que poderá avançar no país para acabar com as alegadas práticas de concorrência desleal.

De acordo com as bases da legislação que foram divulgadas, as empresas deste setor não poderão fornecer dados errados ao consumiro, como o número de clientes e visualizações; não terão autorização para dar primazia apenas às críticas positivas, deixando as negativas para segundo plano; não poderão usar dados, algoritmos ou outras técnicas que influenciem a escolha do consumidor; e, por fim, não deverão usar dados e algoritmos para recolher e analisar os rivais.

Empresas como a Baidu ou a NetEase perderam 5%, enquanto que a Tencent e a Alibaba caíram cerca de 4%. 

SEC alerta sobre investimentos em empresas chinesas
O novo líder do regulador do mercado norte-americano, Gary Gensler, alertou para o investimento em empresas chinesas cotadas em Wall Street, através de um vídeo explicativo que foi difundido nas redes sociais do próprio e do SEC. 

Gensler disse que grande parte dos investidores americanos não sabe o que está por trás de algumas empresas chinesas listadas nas bolsas dos EUA e a grande maioria destas cotadas continua a não divulgar todos os dados requeridos sobre as suas operações. 





Os comentários agora de Gensler surgem depois de o regulador ter ordenado a suspensão de todos os IPO (oferta pública inicial, em português) dos EUA, até que as empresas forneçam mais informações aos investidores sobre as suas operações. 

Um facto que no passado já foi alvo de críticas pela administração do ex-presidente Donald Trump, que chegou mesmo a ameaçar retirar empresas chinesas de Wall Street. Algumas terão recebido o convite para sair.
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