A moeda e as obrigações do Brasil seguiam em queda, depois de uma sondagem divulgada no fim de semana revelar que Lula da Silva reforçou a sua distância face ao segundo candidato nas eleições presidenciais de Outubro, podendo mesmo garantir a vitória na primeira volta.

Uma sondagem da Datafolha para as presidenciais brasileiras do próximo mês indica que Lula da Silva aumentou a distância face ao candidato do partido no Governo, José Serra, com o apoio de 44% do eleitorado brasileiro.

Lula da Silva fica assim a uma distância de 25 pontos percentuais de José Serra e aumenta a possibilidade de garantir uma vitória nas eleições, logo na primeira volta, caso consiga mais de metade dos votos válidos.

O real seguia a cair 3,16%, com cada dólar a crescer para 3,51 reais. A obrigação brasileira mais transaccionada perdia 3,8%, com o «yield» a crescer para os 23,9%.

Os analistas e investidores acreditam que o plano económico de Lula da Silva para o Brasil vai obrigar a um incumprimento no pagamento da dívida pública do país, que totaliza 1,1 biliões de reais.

Lula, que representa o partido de esquerda dos Trabalhistas, tem um agressivo plano de investimento público, e deverá baixar as taxas de juro, provocando um aumento da inflação da maior economia da América Latina.

Cerca de 80% da dívida pública do Brasil está denominada em dólares ou taxa de juro. Nos últimos oito anos o Brasil triplicou a sua dívida pública e um analista citado pela Bloomberg acredita que existe 90% de hipóteses de, se Lula ganhar as eleições, o Brasil não cumprir o pagamento das suas dívidas, tal como aconteceu na Argentina.