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Mestre dos robôs abre empresa para aconselhar Wall Street

Considerado o maior especialista em investimento quantitativo do mundo, Marcos López de Prado tem uma mensagem para as empresas de Wall Street que investem milhões em programas de aprendizagem automática: a maioria não está a fazer a coisa certa.

11 de Outubro de 2019 às 16:00
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Os robôs podem salvar a gestão ativa da desgraça, mas a tecnologia não tem conseguido cumprir a sua promessa disruptiva, segundo López de Prado.

O espanhol passou anos a trabalhar para nomes de peso do mundo do "smart money" numa tentativa transformar os investimentos com robôs com capacidade de autoaprendizagem. Agora, decidiu deixar o paraíso quantitativo e vender os seus algoritmos e conhecimentos a todos os interessados, depois de uma saída inesperada da AQR Capital Management em meados do ano.

O pioneiro da chamada aprendizagem automática destaca-se pelo seu estilo próprio num campo inundado de visionários. Escreveu um livro sobre a aplicação da tecnologia às finanças e ocupou altos cargos no Guggenheim Partners e Citadel.

 

No ano passado, a gestora de investimentos AQR, uma gigante de 185 mil milhões de dólares, contratou López de Prado como primeiro diretor de aprendizagem automática. A parceria não durou; saiu da empresa menos de um ano depois. No entanto, López de Prado fala bem da AQR e diz que a sua saída foi amigável.

"A minha ambição sempre foi ajudar a modernizar as finanças e oferecer soluções disruptivas aos investidores", afirmou. "A melhor maneira de o fazer é a minha maneira".

Com o lucro que obteve com a venda de patentes à AQR, o professor da Cornell University, em Nova Iorque, pretende agora contratar uma equipa de cerca de 20 pessoas e atrair especialistas externos. A sua empresa, a True Positive Technologies, já conseguiu novos clientes, incluindo um fundo soberano e vários hedge funds, disse López de Prado.

Os algoritmos autodidatas são apontados como a próxima fronteira da revolução nerd, com potencial de analisar um amplo conjunto de dados para descortinar os vínculos entre forças de mercado e preços dos ativos.

Este mês, a Lynx Asset Management lançou uma estratégia automatizada de 140 milhões de dólares, juntando-se a empresas como a Man Group, Renaissance Technologies e Two Sigma no uso de robôs criados para se aperfeiçoarem ao longo do tempo sem uma intervenção humana explícita.

O problema é que as estratégias guiadas por computador não estão à altura da sua popularidade: o índice Eurekahedge de hedge funds de inteligência artificial mostra um desempenho aquém dos seus pares nos últimos anos. Isso significa uma oportunidade para especialistas como López de Prado, agora com a sua empresa True Positive Technologies - com o foco em conclusões erróneas derivadas de dados que são muito comuns em investimentos quantitativos, ou falsos positivos.

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