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Madoff morreu numa prisão dos EUA  

O autor de uma das maiores fraudes financeiras de sempre morreu esta quarta-feira, vítima de causa naturais, numa prisão federal da Carolina do Norte, Estados Unidos, onde cumpria uma pena de 150 anos. Estava bastante doente.

14 de Abril de 2021 às 14:33
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Bernard Madoff, autor de uma das maiores fraudes financeiras de sempre, morreu esta quarta-feira na prisão federal de Butner na Carolina do Norte, Estados Unidos, onde cumpria uma pena de 150 anos. Terá morrido de causas naturais.

Em fevereiro do ano passado, o seu advogado terá pedido a comutação da pena por razões humanitárias, alegando que Madoff teria cerca de um ano e meio de vida mas o pedido foi recusado. Na altura, com 81 anos, o advogado descreveu-o como "um  homem destruído" e assolado por problemas de saúde como hipertensão, insuficiência renal, problemas cardíacos e insónias. Estaria desde então numa cadeira de rodas e com necessidade de oxigénio.

Madoff foi um dos homens fortes da alta finança americana e esteve envolvido naquela que é descrita como a maior fraude de sempre, avaliada em cerca de 65 mil milhões de dólares que angariou através de de um esquema de Ponzi (esquema em pirâmide).

Foi descoberto após a crise imobiliária de 2007-2008 que lhe terá infligido perdas tão graves que deixou de conseguir assegurar a maior parte das suas obrigações financeiras, deixado exposto o esquema que levou a cabo durante anos. Acabou por ser acusado e condenado por falsificar registos contabilísticos. 

A fraude estava montada de forma a que parecesse dirigir um fundo destinado a investidores selectos, que pagaria entre 10 a 16% ao ano de forma consistente. Terá lesado clientes como a Fairfield Greenwich Advisors em 7,5 mil milhões de dólares, a Tremont Capital Management em 3,3 mil milhões, ou o Banco Santander em 2,87 mil milhões, entre outros. 

Antes de ser condenado, Berni Madoff era conhecido por, além de um forte investidor, ter tomado uma série de atitudes filantrópicas perante a comunidade judaica a que pertencia, tendo nascido em Queens, Nova Iroque. 

A fundação que dirigia com a esposa, Ruth Madoff, chegou a distribuir 19 milhões de dólares a hospitais e teatros. Contudo, alguns dos lesados pela fraude foram instituições que o próprio dirigiu, como a Fundação Robert I. Lappin (que levava jovens judeus de todo o mundo a Israel) que se viu mesmo obrigada a fechar portas. Foi também um financiador da Universidade de Yeshiva (uma universidade privada judaica em Nova Iorque) e dos Paralímpicos.

Segundo o New York Post, Madoff angariava investidores pessoalmente, através dos vários círculos sociais em que se inseria e das empresas e instituições onde tinha assento. Os seus clientes não institucionais eram, sobretudo, parte da elite existente, a quem prometia elevados rendimentos anuais fixos.

Enquanto investidor, alcançou renome à frente da empresa que tinha o seu nome: a Bernard L. Madoff Investment Securities LLC e chegou mesmo a ser presidente do conselho de administração do Nasdaq, índice ao qual pertencia a própria empresa.

(Notícia atualizada às 15:30)

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