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Lucros do JPMorgan, Citi e Wells Fargo beneficiam de taxas de juro mais elevadas
O JPMorgan, Citigroup e Wells Fargo divulgaram esta sexta-feira um aumento das margens financeiras, ao receberem mais dos juros dos empréstimos do que pagaram em depósitos com o auxílio das taxas de juro de referência elevadas.
Os resultados dos primeiros três gigantes da banca em Wall Street a mostrarem contas ao mercado – JPMorgan, Citigroup e Wells Fargo – indicam que beneficiaram, de alguma maneira, do aumento das taxas de juro de referência nos Estados Unidos. O JPMorgan foi o que mais agradou aos investidores.
"O JPMorgan, Citigroup e Wells Fargo divulgaram os seus resultados do trimestre passado e, não obstante, alguns pontos negativos, o panorama geral não foi assustador para o mercado, que colocava a possibilidade de ser visível efeitos secundários muito significativos da crise bancária de algumas semanas, e da subida agressiva dos juros por parte da Fed", diz o consultor da ActivTrades Marco Silva, num comentário às contas.
Segundo os relatórios dos bancos, foram precisamente as taxas de juro que fizeram as margens financeiras avançar, o que proporcionou o reforço dos lucros dos três bancos. Isto porque as três instituições financeiras ganharam mais com os juros de empréstimos dos seus clientes do que pagaram pelos depósitos.
O JPMorgan foi o que mais animou os investidores que depois de divulgar receitas recorde de 39,3 mil milhões de euros impulsionado pelo aumento da margem financeira, que ultrapassou em cerca de mil milhões de euros as expectativas dos analistas, o banco chegou a subir 7% em bolsa.
"A margem financeira foi de 20,8 mil milhões de dólares, mais 49%, enquanto a margem financeira, excluindo o segmento de mercados, foi de 20,9 mil milhões de dólares, mais 78%, sustentada sobretudo por taxas de juro mais elevadas", revelou o banco. Em resultado, os lucros avançaram 52% para 12,6 mil milhões de dólares no primeiro trimestre, face ao período homólogo.
No caso do Citigroup, a margem financeira avançou 23%, para 13,3 mil milhões de dólares, impulsionando o lucro. O resultado líquido cresceu 7% para 4,6 mil milhões de dólares, o que fez as ações do banco avançarem 4,5%. "A margem financeira mais elevada foi impulsionada pelo impacto das taxas de juro mais altas", pode ler-se no relatório.
O Wells Fargo, por sua vez, também contou a mesma história. O lucro do banco subiu 32% no primeiro trimestre de 2023 para 5 mil milhões de dólares com o banco a faturar mais com os pagamentos de taxas de juros dos clientes, do que paga em depósitos. A margem financeira foi também a maior impulsionadora dos lucros (que totalizaram 13,3 mil milhões de dólares), o que o levou a valorizar 2,1% em bolsa.
Além disso, os bons resultados dos bancos também chegaram para os três fizessem provisões, sem que isso afetasse consideravelmente os lucros.
Quem mais provisões fez foi o JP Morgan, pondo de lado 2,3 mil milhões de dólares no trimestre passado para cobrir possíveis perdas com empréstimos, em comparação com um valor de 1,5 mil milhões de dólares no ano anterior.
Mas o Wells Fargo e o Citigroup também o fizeram no primeiro trimestre. Enquanto o primeiro guardou 1,21 mil milhões de dólares, em relação a 787 milhões de dólares, o segundo aprovisionou-se com 241 milhões de dólares, face a 138 milhões de dólares no ano anterior.