A Lehman Brothers reviu em alta a sua avaliação para os títulos da Portugal Telecom, em 7,4% para 8,70 euros, depois dos resultados semestrais apresentados ontem.

A Portugal Telecom terminou o primeiro semestre com resultados líquidos de 429,1 milhões de euros, mais 6,9% que os 401,5 milhões registados no primeiro semestre de 2006.

Para a Lehman a "conference call" com analistas realizada ontem "confirmou a nossa visão inicial dos resultados do grupo que foram em linha com as nossas expectativas mais altas entre 2-4% acima do consenso".

Além disso, o facto da Portugal Telecom ter aumentado as previsões para o EBITDA no final do ano em 5% e as receitas registadas pela Vivo levaram o analista Christian Kern a subir a avaliação da operadora nacional.

No entanto, a Lehman reitera a recomendação de "underweight" devido ao "difícil ambiente doméstico e ao prémio superior a 20% a que transacciona face às congéneres" apesar de admitir "o suporte técnico para a PT proveniente do programa de recompra de acções e o potencial de consolidação".

A casa de investimento aponta os principais riscos que a operadora portuguesa pode vir a enfrentar: o spin-off da PTM que deverá resultar no aumento da concorrência interna, a obrigação de ter uma oferta exclusiva de banda larga, uma quarta licença móvel em Portugal e o leilão para uma licença no Brasil.

A Lehman destaca o facto da administração da PT ter reiterado que a empresa não está vendedora da participação na Vivo e elogia o "racional do negócio com a Vivo".

O novo preço-alvo da Lehman confere um potencial de desvalorização de 14% aos títulos da PT face à cotação de fecho de ontem.

As acções da Portugal Telecom [ptc] seguem a cair 0,10% para os 10,11 euros.