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Laginha de Sousa: "Mercado penaliza quando não conhece a situação"
O presidente executivo da Euronext Lisboa recusou comentar directamente a situação do BES. Sobre a possível expulsão do ESFG do PSI-20 referiu que a situação "está a ser acompanhada com o todo o cuidado".
O presidente executivo da Euronext recusou comentar directamente a situação do Banco Espírito Santo (BES). Luís Laginha de Sousa apenas referiu que "o mercado penaliza quando não conhece a situação", à margem da conferência de imprensa do primeiro ano da EnterNext (plataforma de mercado da Euronext para pequenas e médias empresas com capitalização bolsista abaixo de mil milhões de euros).
O também "chairman" da Euronext referiu também que o mercado "precisa de serenidade e tem capacidade para resolver a situação. Surgiram problemas que trouxeram penalizações".
"Temos de garantir que o mercado funciona e esclarecer os investidores", acrescentou Laginha de Sousa. O discurso sobre o primeiro aniversário da EnterNext foi pautado pela prudência: "Devido à importância do momento em que vivemos", e citando o ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar, "não posso assumir uma posição, vou apenas dizer umas coisas".
"Transparência e confiança são duas faces da mesma moeda. O mercado continua a ser um dos maiores aliados da transparência", referiu.
Questionado sobre a evolução anual do PSI-20, que inverteu a tendência de subida no início de Julho, Laginha de Sousa comentou que esta situação "faz parte das regras e é característica da bolsa". Desde 31 de Dezembro até esta quinta-feira, 17 de Julho, o principal índice bolsista já perdeu 4,709%.
O também membro do conselho de administração da EnterNext disse ainda que Portugal "está longe de utilizar o mercado de capitais" e que "só com a actuação concertada" entre a gestora da bolsa e as empresas se "poderá criar um momento positivo". Laginha de Sousa recomendou as PME portuguesas a seguir o exemplo das francesas, onde "empresas [de dimensão] comparável estão a aderir ao mercado de capitais".