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Juros dos depósitos sobem pelo segundo mês consecutivo. Mas ainda rendem apenas 0,09%

A subida dos juros para famílias e empresas alinha com o aumento das taxas do BCE. Se nos depósitos há alguma resistência no ajustamento, nos créditos o efeito é mais imediato por via da Euribor. Os juros dos novos créditos à habitação deram o maior salto desde 2003.

O Banco de Portugal continua a reforçar as compras de dívida pública, ao abrigo dos dois programas do BCE que estavam em vigor no final de 2021.
João Santos
01 de Setembro de 2022 às 11:17
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A banca já está a reforçar a remuneração dos depósitos, acompanhando a subida dos juros de referência do Banco Central Europeu (BCE). A taxa de juro média paga pelos novos depósitos de particulares aumentou em julho pelo segundo mês consecutivo, situando-se em 0,09%, segundo os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

"Em julho, o montante de novos depósitos de particulares aumentou para 3.854 milhões de euros (3.707 milhões de euros em junho). A taxa de juro média aumentou para 0,09%", refere o relatório do supervisor da banca, referindo que "a taxa de juro média destes depósitos sobe pelo segundo mês consecutivo, após nove meses em que se manteve em 0,04%".

Do montante de novos depósitos a particulares constituídos em julho, 88% foi aplicado em depósitos a prazo até 1 ano, cuja taxa de juro média foi igualmente de 0,09%. Já no que diz respeito aos novos depósitos de empresas totalizaram, em julho, 1.143 milhões de euros, dos quais 1.088 foram aplicados em depósitos a prazo até 1 ano, remunerados a uma taxa de juro média de 0,13%.

Juros dos novos créditos à habitação dão maior salto desde 2003
A subida dos juros a famílias e empresas alinha com o aumento das taxas do Banco Central Europeu (BCE), que fez, em julho, o primeiro movimento em mais de uma década. Se nos depósitos há alguma resistência dos bancos em ajustarem as remunerações, nos créditos o efeito é mais imediato, especialmente porque em Portugal a maior parte do mercado está exposta à Euribor.

Assim, em julho, a taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação subiu para 1,88% (face 1,47% em junho), registando a maior subida mensal da taxa de juro média destes empréstimos desde o início da série estatística em 2003.

"Esta evolução está em linha com a subida das taxas médias da Euribor em junho, pois existe, tipicamente, um desfasamento de um mês entre as taxas de juro Euribor e o seu reflexo nas taxas de juro aplicadas", explica o BdP.

Mais de metade do montante dos novos empréstimos à habitação utilizou como indexante a Euribor a 12 meses, cujo valor médio subiu de 0,29% em maio, para 0,85% em junho. Já nos novos empréstimos ao consumo, a taxa de juro média aumentou para 7,88% (7,79% em junho).

Os bancos concederam 1.963 milhões de euros de novos empréstimos aos particulares, menos 138 milhões de euros do que em junho: 1.345 milhões de euros de crédito à habitação, 454 milhões de euros de crédito ao consumo e 164 milhões de euros de crédito para outros fins.

No segmento de empresas, o montante de novos empréstimos concedidos pelos bancos às empresas foi de 1.470 milhões de euros, menos 597 milhões de euros do que no mês anterior. A taxa de juro média dos empréstimos às empresas voltou a aumentar e fixou-se em 2,63% (2,16% em junho). A taxa de juro média subiu tanto nos empréstimos até 1 milhão de euros (de 2,27% para 2,76%) como nos empréstimos acima de 1 milhão de euros (de 1,99% para 2,40%).


(Notícia atualizada às 11:30)
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