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Juros da dívida portuguesa beneficiam de subida de "rating" da Moody's

A agência Moody's subiu, na sexta-feira, a classificação da dívida soberana de Portugal, que fica agora igual à que é atribuída pela Fitch e pela S&P. As reações já se estão a fazer sentir.

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Portugal está a beneficiar do aumento da confiança da Moody's. Os juros da dívida nacional seguem em queda no rescaldo da decisão da agência de notação financeira que reviu em alta o rating da República Portuguesa, colocando-o no penúltimo grau da categoria de investimento de qualidade (ou seja, dois níveis acima de "lixo"), em Baa2.

Um dos principais gatilhos para esta subida da classificação soberana é a expectativa da Moody’s de que "Portugal verá melhorias nas perspetivas de crescimento de longo prazo devido à utilização dos fundos comunitários ‘Next Generation EU’ [a iniciativa europeia criada para responder às consequências da pandemia de covid-19] e à implementação de reformas estruturais", salienta a agência no relatório divulgado na sexta-feira à noite.

Em reação, a yield das obrigações portuguesas a dez anos recua 1,5 pontos base esta segunda-feira para 0,242%. Portugal acompanha a tendência europeia já que os juros dos restantes países da Zona Euro também estão a aliviar. No caso das Bunds alemãs, a yield a 10 anos cede 2,9 pontos base para -0,311%.

Foi em outubro de 2018 que a agência retirou Portugal da categoria de investimento especulativo e desde há muito que se esperava um "upgrade", já que o "outlook" (perspetiva para a evolução da qualidade do crédito) era 'positivo' desde agosto de 2019. Aconteceu na sexta-feira, com a classificação da dívida soberana de longo prazo a ficar no mesmo patamar que a da Fitch e Standard & Poor's.

Já o "outlook" foi revisto em baixa, de 'positivo' para 'estável', equiparando-se agora à perspetiva das restantes agências cujos "ratings" são aceites pelo BCE para avaliar a elegibilidade de uma dívida soberana para o seu programa de compra de ativos (Fitch, S&P e DBRS).

O Ministério das Finanças sublinhou, após o anúncio, que este é o nível de rating mais elevado atribuído pela Moody's nos últimos 10 anosO ministério tutelado por João Leão destaca igualmente que "esta é também a primeira subida de rating da República Portuguesa desde o início da pandemia". Isso, assinala, é "um sinal muito positivo para a credibilidade para o país e para a segurança e estabilidade financeira das famílias e das empresas".

Pelas contas do Governo, o país vai pagar, em 2021, menos cerca de três mil milhões de euros em juros da dívida do que pagaria em 2015. "Um resultado que se deve em muito ao rigor e responsabilidade orçamental dos últimos seis anos. É importante continuar este percurso, retomando a trajetória de redução do rácio de dívida pública/PIB, que só foi interrompida devido à pandemia", antecipa ainda o sucessor de Mário Centeno à frente das Finanças.

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