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Investidores não querem pagar pelo research? Empresa aposta no crowdfunding
As novas regras da DMIF II impõem que as notas de investimento deixem de ser distribuídas de forma gratuita, o que diminuiu a procura por parte dos investidores. Para se adaptar a esta nova realidade, a francesa AlphaValue quer apostar no crowdfunding.
A nova directiva para os mercados financeiros, a DMIF II, entrou em vigor em Agosto. As novas regras trazem alterações significativas na relação entre intermediários financeiros e investidores, mas também a nível das notas de investimento. Estas deixam de ser distribuídas de forma gratuita, o que está a afastar os investidores. Contudo, há quem já esteja a arranjar formas criativas de os atrair.
De acordo com a Bloomberg, a AlphaValue está a apostar no crowdfunding, numa tentativa de se adaptar a estas alterações que envolvem um reforço da transparência a vários níveis, redução de situações de conflito de interesse ou formação dos intermediários financeiros.
A casa de investimento francesa vai implementar, no final de Setembro, um modelo através do qual selecciona uma acção, define quanto é que vai cobrar pelas notas de investimento e convida um conjunto de investidores a co-financiar o custo, explicou Maxime Mathon, director de marketing da AlphaValue, numa entrevista. O objectivo com esta iniciativa é obter entre 15 mil e 20 mil euros com cada nota de research.
As novas regras da DMIF II acabaram por penalizar este mercado e diminuir a procura dos analistas pelas notas de investimento, o que obrigou o sector a repensar a sua estratégia. Para a AlphaValue, o crowdfunding é uma alternativa ao modelo em que as empresas pagam para que a casa de investimento faça uma cobertura das suas acções.
"Assim é muito mais transparente", afirma Mathon, explicando que "quem paga quer uma abordagem independente".