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Incerteza nos mercados: como lidar com condições financeiras mais adversas

O fim do primeiro trimestre ficou marcado pelos receios no setor financeiro, mas os efeitos dos juros altos são mais alargados. A capacidade das empresas para lidar com condições financeiras mais restritivas é a grande dúvida que se transporta para o segundo trimestre.
Leonor Mateus Ferreira 05 de Abril de 2023 às 15:35

"Quando as taxas de juro estão particularmente elevadas, as condições financeiras ficam mais apertadas. É simplesmente mais difícil às empresas e às famílias pagarem a dívida que detêm." É assim que Fabio Angelini, especialista sénior de investimentos do Nordea Asset Management, sumariza o atual ambiente do mercado após uma década de dinheiro barato que chegou ao fim no ano passado.

 

Os bancos centrais globais avançaram com a mais rápida subida de juros de sempre para tentar travar uma inflação galopante no ano passado. O impacto foi de pânico, com as ações afundarem e o valor das obrigações também – um fenómeno raramente visto em simultâneo. Este ano arrancou com um novo ímpeto, mas março ficou marcado pela turbulência nos mercados com a queda de três bancos regionais nos EUA e, na Europa, o resgate do Credit Suisse através da compra pelo UBS.

 

Apesar das dificuldades, o primeiro trimestre ainda foi de valorização nas ações – o europeu Stoxx 50 ganhou 13,74%, o norte-americano S&P 500 subiu 7,03% e o português PSI valorizou 5% – e de ligeiro alívio nas "yields" das dívidas. O "outlook" para o segundo trimestre é incerto.

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