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Fundo verde Land promete retorno de 10%

O objetivo é atrair investidores internacionais, em cinco anos, para recuperar florestas e sequestrar carbono. O fundo espera oferecer aos investidores um retorno de cerca de 10%.

A PAC foi uma das áreas onde se verificaram fraudes. Uma delas, a maior, uma empresa do setor florestal que emitia faturas falsas.
Timm Reichert/Reuters
27 de Agosto de 2023 às 11:19
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O Fundo Land, que pretende captar 500 milhões de euros em cinco anos, espera oferecer aos investidores um retorno de cerca de 10%, apostando na recuperação de florestas e no sequestro de carbono, disseram hoje os seus porta-vozes.

"O objetivo é captar 500 milhões de euros, maioritariamente de investidores internacionais, em cinco anos, para realizar intervenções num total de áreas até 200 mil hectares" por todo o país, com mais incidência nas zonas desertificadas, explicou à agência Lusa João Raimundo, porta-voz do fundo.

Este instrumento é referido como o primeiro fundo de investimento imobiliário português visando a sustentabilidade, com autorização da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), obtida em fevereiro, e aponta para um retorno de 10% ao longo da sua vida, de 15 anos, renovável por períodos de cinco anos.

João Raimundo salienta, no entanto, que o retorno do investimento depende de vários fatores, como a evolução do preço do carbono, no mercado.

"Estamos a captar investimento e, até final do ano, pretendemos conseguir angariar o montante adequado para começar a comprar terrenos", resume João Raimundo, quando questionado acerca do ponto em que está o projeto.

O grupo de profissionais de vários setores que se juntaram para criar o fundo definiram como tarefa a aquisição e gestão responsável de terras, principalmente abandonadas, por terem sido destruídas por incêndios ou por serem solos pobres, mas também o sequestro de carbono e a dinamização das regiões.

Esta gestão inclui "reflorestar com espécies autóctones, mais adaptadas à seca e mais resilientes aos incêndios, recuperar ecossistemas, e captar carbono", contribuindo para a redução da pegada carbónica das entidades ou empresas investidoras no fundo, realçou Ângela Lucas, também porta-voz do Land.

Classificado como um fundo "verde escuro" por ter o objetivo principal de ser sustentável, nas vertentes ambiental e social, o Land tem como meta atingir 750 mil toneladas de carbono sequestradas por ano.

Um ponto realçado pela advogada, especialista em legislação relacionada com alterações climáticas, é a dinamização e fixação das populações através de atividades económicas agroflorestais conjugadas com criação ou recuperação de produções características de cada região.

E se o rendimento obtido nas florestas é de longo prazo, o mesmo não acontece na captação de carbono, que é de mais curto prazo, "permitindo ter sustentabilidade" num tempo mais próximo, especifica João Raimundo, explicando que o objetivo é estar em várias zonas e ter floresta em diversas fases de desenvolvimento.

Ângela Lucas fala ainda da importância da utilização da tecnologia para defender e recuperar os ecossistemas, com novas soluções para, por exemplo, prevenir e detetar incêndios, medir o carbono captado ou acompanhar a evolução da biodiversidade.

Para perceber como pode o Fundo Land aproveitar as vantagens da tecnologia para cumprir os seus objetivos, avançou com uma parceria com a Nos.

Portugal fixou a meta de atingir a neutralidade carbónica em 2045, o que implica que as emissões de dióxido de carbono têm de ser compensadas, nomeadamente, pelo sequestro e armazenamento de carbono.
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