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Famílias já têm mais de 35 mil milhões de euros em certificados. É novo recorde
A entrada de poupanças das famílias nos certificados de aforro mais do que compensou a retirada dos certificados do Tesouro. Os dados dos CTT - que registaram um aumento de 80% das subscrições por via da app - já sinalizavam esta tendência.
As famílias em Portugal voltaram a reforçar a aposta nos certificados no arranque do ano. Em janeiro, entraram nos certificados de aforro mais 381,4 milhões de euros - a maior variação mensal desde julho de 2023 -, mais do que compensando a saída de capital dos certificados do Tesouro, de acordo com dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.
O investimento das famílias em certificados de aforro volta assim a renovar máximos desde, pelo menos, dezembro de 1998, data que marca o início da série do Banco de Portugal, com o "stock" total a atingir os 35.124,61 milhões de euros.
Os dados dos CTT já sinalizavam que a tendência positiva se mantinha. À Lusa, a operadora postal tinha avançado que o valor médio de subscrições de certificados de aforro através da app rondou os 600 mil euros em janeiro, registando uma subida de mais de 80% face ao mês anterior. Mais de 35 mil clientes associaram a sua conta aforro a esta aplicação, que foi lançada em meados de julho do ano passado e através da qual os aforristas podem fazer subscrições e consultas de saldo.
O apetite dos aforradores verifica-se desde outubro com a entrada em vigor de novas regras destes produtos. Apesar de não ter sido apresentada qualquer mudança sobre os juros ou prémio de permanência pagos aos investidores (o tecto máximo do juro continua nos 2,5%), a principal alteração foi nos limites máximos que podem ser alocados aos certificados de aforro.
A série F de certificados de aforro, em comercialização desde junho do ano passado, tinha até ao outubro um limite máximo de 50 mil euros por aforrador. Este valor foi alterado e passou para o dobro: 100 mil euros. Além disso, no acumulado dos certificados da série E e da F, não poderia ficar com mais de 250 mil euros nestes produtos. Neste caso, o limite conjunto sobe para 350 mil euros.
Em sentido contrário, os certificados do Tesouro continuam a perder atratividade. Neste caso, o "stock" recuou em quase 155 milhões de euros (a maior queda mensal num ano) para um total de 9.587,35 milhões de euros. No conjunto dos dois produtos de poupança do Estado, o saldo está em 44.711,96 milhões de euros, após um crescimento de 226,17 milhões de euros em janeiro - a maior subida mensal desde novembro de 2023.