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Europa e emprego impulsionam Wall Street

Dois factores pesaram hoje na subida dos mercados norte-americanos. Por um lado, a diminuição do número de pessoas que recorreu ao subsídio de desemprego nos Estados Unidos. Por outro, a percepção de que os riscos associados à crise da dívida da Zona Euro diminuíram após ter sido nomeado o novo governo interino da Grécia e os juros da dívida italiana terem caído.

10 de Novembro de 2011 às 21:21
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As bolsas dos Estados Unidos recuperaram assim das quedas registadas nas últimas sessões e que levaram o S&P 500 a registar ontem a maior queda desde Agosto passado. Na sessão de hoje os mercados abriram a ganhar mais de 1% mas abrandaram a subida após um erro técnico da Standard & Poor’s ter dado como certo o corte de "rating" da França.

A agência de "rating" já desmentiu o corte mas o regulador do mercado francês abriu uma investigação para apurar o que aconteceu.

O desmentido da S&P levou os mercados norte-americanos a acentuar, novamente, os ganhos tendo terminado o dia a valorizar quase 1%.

O S&P 500 subiu 0,86% para os 1.239,70 pontos, o Dow Jones avançou 0,96% para os 11.893,86 pontos e o Nasdaq ganhou 0,13% para os 2.625,15 pontos.

Wall Street reagiu positivamente às notícias que chegaram do Velho Continente, mais precisamente da Grécia e de Itália.

Na Grécia foi hoje conhecido que Lucas Papademos foi o nome escolhido para liderar o governo interino do país até às eleições antecipadas. O antigo vice-presidente do Banco Central Europeu, que toma posse amanhã, tem pela frente a árdua tarefa de implementar as medidas que saíram da Cimeira Europeia de 26 de Outubro e colocar um ponto final na grave crise política que o país atravessa.

Em Itália, os juros implícitos da dívida estiveram em queda depois do Banco Central Europeu ter comprado obrigações italianas. A "yield" implícita na dívida a dois anos chegou a cair 88,3 pontos base para 6,318%, depois de ontem terem atingido um máximo de mais de 7%. No prazo de cinco anos, a taxa de juro implícita caiu 66,6 pontos base para 6,902% e na maturidade de 10 anos recuou 34,6 pontos base para 6,900%.

Os mercados dos Estados Unidos beneficiaram ainda de dados positivos relativos ao mercado laboral norte-americano. O Departamento do Trabalho revelou que o número de pedidos de subsídio de desemprego declinou em 10 mil para 390 mil pedidos na semana que terminou no dia 5 de Novembro. Um número inferior às estimativas dos economistas, que apontavam para que o número de pedidos permanecesse inalterado nos 400 mil.

"À medida que ultrapassamos incertezas, o mercado começa a focar-se menos em cenários de risco. Nos EUA, uma quebra dos pedidos [de subsídio de desemprego] é muito positiva. Os dados económicos vão voltar a estar sob foco à medida que deixarmos de olhar para os receios políticos na Europa", disse à Bloomberg o estratega do UBS Wealth Management Américas, Mike Ryan.

Entre os títulos norte-americanos, destaque para a Cisco, que avançou 5,68% para os 18,61 dólares e chegou a ganhar 7,38% durante a sessão.

O presidente executivo da tecnológica anunciou que a empresa vai eliminar postos de trabalho, reduzir os custos operacionais e focar-se nos produtos mais importantes.

No sector farmacêutico, a Merck subiu 3,60% para os 35,005 dólares, depois de ter anunciado que vai aumentar os dividendos, pela primeira vez desde 2004.

Já a Apple caiu 2,55% para os 385,22 dólares, depois dos analistas da Cleveland Research terem revisto em baixa as suas previsões de encomendas, para o último trimestre do ano, de 14 milhões para 12 milhões.
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