O euro seguia pouco alterado, a perder 0,03% face ao dólar, com os mercados na expectativa sobre as decisões da Reserva Federal (FED) e do Banco Central Europeu (BCE) sobre uma possível descida dos juros nos Estados Unidos (EUA) e na Zona Euro.

A moeda única negociava nos 0,8975 dólares e registava uma desvalorização de 0,46 relativamente à divisa nipónica, ao valer 108,74 ienes.

O FED vai reunir ainda hoje para decidir sobre a política monetária nos EUA, com a generalidade dos analistas a prever que a autoridade monetária norte-americana vai cortar o preço do dinheiro em 50 pontos base.

Caso se confirme esta decisão, a taxa directora do FED vai recuar para os 2%, o nível mais baixo dos últimos 40 anos, elevando as reduções efectuadas pelo FED desde o início do ano para 450 pontos base.

As expectativas de descida dos juros nos EUA levaram à valorização do dólar face ao euro ao longo dos últimos dias. No entanto, o aumento da especulação sobre uma possível descida das taxas também na Zona Euro estava a suster o valor da moeda única na sessão de hoje.

O BCE vai reunir na próxima quinta-feira, tendo os dados divulgados nos últimos dias levado os mercados a contemplar a possibilidade de uma redução do preço do dinheiro na zona da moeda única ainda esta semana.

A taxa de inflação da Zona Euro abrandou pelo quinto mês consecutivo em Outubro, para os 2,4%, aproximando-se da meta de 2% traçada pelo BCE e facilitando desse modo uma descida dos juros.

O presidente do BCE, Wim Duisenberg, considerou ontem que a inflação europeia vai atingir no início do próximo ano os valores pretendidos e que a mesma «vai permanecer» nesses níveis.

O mesmo responsável acrescentou que «estou certo que o Conselho dos Governadores do BCE vai tomar em consideração dos factores que levam a este fenómeno», sugerindo que pode estar para breve a redução da taxa directora da instituição.

A principal taxa de juro do BCE situa-se actualmente nos 3,75%, depois das três reduções efectuadas desde o início deste ano, num total de 100 pontos base, na tentativa de estimular o crescimento da Zona Euro.

A descida dos juros costuma impulsionar o investimento e o consumo, através da redução dos encargos afectos à contracção de empréstimos. No entanto, esse movimento pode provocar também o incremento das pressões inflacionistas, devido ao aumento da procura.

Cada euro vale 200,482 escudos.