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Uso da IA em ciberataques cresce 600% em menos de um ano. Custos podem chegar aos 10 mil milhões

A elevada digitalização da administração pública e medidas de ambiente regulado levaram a que a Europa registasse o maior aumento anual de ciberataques: 64%. Os dados são do estudo da NNT Data.

Milhares de computadores foram afectados por software malicioso desde o ataque mundial de Maio, em que uma ferramenta roubada à NSA explorava fragilidades no Windows, bloqueando sistemas e pedindo resgates.
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Quanto maior é a conetividade e novas tecnologias, maior é a probabilidade de sofrer uma ameaça informática. Os valores registados em 2023 foram elevados, mas um estudo da NTT Data prevê que este ano os números dupliquem: apenas no segundo semestre, espera-se um crescimento de 39% dos ciberataques, caso a tendência até agora registada continue. 

Na primeira metade do ano, a empresa estima que, por todo o mundo, foram realizados 10 mil ciberataques, o que se traduz em aproximadamente em 35 mil milhões de "data" afetados. 

A subida de ataques implica uma subida de prejuízos e custos na tentativa de os combater. Para este ano, a equipa de Cyber Threat Intelligence da consultora aponta que organizações e empresas gastem quase 10 mil milhões de euros para travar o impacto deste fenómeno.

O motor da aceleração dos ciberataques em 2024 é, na verdade, uma das ferramentas que mais tem impactado a forma de funcionamento dos negócios, segundo aponta Mauro Almeida, chefe de cibersegurança da NTT Data: "Estamos a testemunhar um crescimento significativo das ciberameaças, impulsionado pela democratização da inteligência artificial generativa e pela industrialização do cibercrime".

Por outras palavras, o desenvolvimento da inteligência artificial generativa está a acelerar a onda de ciberameaças. O relatório revela que, em menos de um ano, o uso de IA neste tipo de crimes escalou 600%.

A evolução da chamada GenAI tem dado mais poder aos cibercriminosos para desenvolverem ataques como roubo de identidade, notícias falsas e violação de processos padrão de segurança, como o CAPTCHA. 

Os ciberataques chegam a todos os cantos do mundo, mas é na China, na Rússia e na Coreia do Norte que os crimes mais acontecem.

Ainda assim, é o bloco europeu que acaba por ser mais afetado como um todo. O estudo conclui que os ataques direcionados aos países da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) acumularam cerca de 36% do total registado, o que corresponde a 1.500 ataques diretos, "principalmente devido aos acontecimentos recentes relacionados com os conflitos na Palestina e no Irão, bem como os acontecimentos na Rússia e na Ucrânia", explica a consultora.

O aumento anual dos ataques por malware ultrapassou os 64%. A justificação dada pela NNT Data prende-se com a "elevada digitalização da sua administração pública e ao ambiente regulado". "Isto coloca as organizações mais vulneráveis e visíveis", apontam os autores do estudo.

O setor público e o setor dos serviços sofreram o impacto mais significativo, o que os coloca no topo da tabela dos setores atacados. Seguem-se depois na lista as área dos transportes e das tecnologias da informação, com o comércio a fechar o "top 5" - áreas que, segundo os autores, indicam uma vulnerabilidade "alarmante" em setores críticos para o funcionamento da sociedade.

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