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A cada minuto, seis utilizadores portugueses têm as suas contas pirateadas

Desde o início do ano, 1,6 milhões contas tiveram os seus dados expostos na internet. Só no terceiro trimestre foram 739 mil - mais 235% do que entre abril e junho de 2024.

Milhares de computadores foram afectados por software malicioso desde o ataque mundial de Maio, em que uma ferramenta roubada à NSA explorava fragilidades no Windows, bloqueando sistemas e pedindo resgates.
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A frequência de ataques cibernéticos continua a crescer em Portugal e, no tempo em que demora a ler este texto, provavelmente mais 18 utilizadores tiveram as suas contas pirateadas. Desde que o ano começou, 1,6 milhões contas tiveram os seus dados expostos na internet, com 739 mil a registarem-se só no terceiro trimestre, de acordo com dados recolhidos pela empresa de cibersegurança Surfshark.

Isto significa que, a cada minuto, seis utilizadores portugueses tiveram os dados das suas contas violados no terceiro trimestre de 2024. Portugal torna-se assim o 38º país do mundo que mais foi vítima deste tipo de ataques cibernéticos entre julho e setembro deste ano – um incremento de 235% em relação ao segundo trimestre.

Desde 2004, Portugal já viu 49,5 milhões de contas a serem alvo de ataques cibernéticos – o que contabiliza 16,6 milhões emails e 34,5 milhões de palavras-passe expostas na internet. O valor é o quarto mais elevado entre os países do sul da Europa e deixa a população altamente exposta a crimes de roubo de identidade e extorsão.

Numa análise per capita, cada português já foi afetado por crimes de acesso indevido a dados de contas da internet cinco vezes na sua vida – o quarto valor mais elevado entre os países da União Europeia.

"A fuga de dados de contas continua a ser um problema significativo, com estas violações de acesso a duplicarem [a nível mundial] no terceiro trimestre de 2024, quando comparado com o anterior", explica Emilija Kucinskaite, investigadora sénior da Surfshark, citada em comunicado. "Uma análise de décadas revela um número impressionante de 68 mil milhões de dados expostos desde 2004, 18 mil milhões dos quais são endereços de correio eletrónico", afirma.

Os EUA continuam a ser o país mais afetado por este tipo de crimes cibernéticos. No terceiro trimestre, foram 101 milhões de contas expostas na internet, o que corresponde a cerca de 25% de todas as contas afetadas a nível global. Apesar de tudo, o número é inferior ao do segundo trimestre de 2024.

Já a Europa fez o caminho inverso aos EUA e registou um aumento deste tipo de ciberataques entre julho e setembro. No total, foram 88 milhões de contas expostas na internet, quando no trimestre anterior foram 51 milhões – um aumento de 70%. No total, este número representa 21% das contas pirateadas no mundo durante este período. 

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