O euro perdia 1,41% face ao dólar, depois de ter atingido hoje um novo mínimo dos últimos seis meses, depois do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Wim Duisenberg, ter indiciado que esta instituição não deverá efectuar uma intervenção em defesa da moeda única.

A moeda europeia cotava nos 0,8447 dólares, depois de ter chegado a negociar nos 0,8448 dólares, o nível mais baixo desde Novembro do ano passado. Face à divisa nipónica, o euro caía 2,58% para os 100,42 ienes.

«A cotação do euro não é um objectivo para nós. Só seria importante se não pudesse sustentar o nossa meta para a inflação e esse não é o caso», afirmou hoje Wim Duisenberg, numa conferência de imprensa realizada na Áustria.

As afirmações de Duisenberg indiciam que o BCE não pretende efectuar uma intervenção em defesa da moeda europeia, contrariando rumores que circularam nos últimos dias nos mercados cambiais. No ano passado, o BCE efectuou várias intervenções, vendendo dólares e comprando euros.

O euro já perdeu cerca de 10% face ao dólar desde o início do ano, tendo recuado mais de 19% relativamente ao nível verificado a 1 de Janeiro de 1999, a data em que a moeda única começou a negociar.

A taxa de desemprego em França manteve-se inalterada nos 8,7% em Abril, apesar do número de desempregados ter aumentando em cinco mil, para um total de 2,3 milhões de pessoas, registando a primeira subida em nove meses.

O aumento do desemprego indicia que a segunda economia da Zona Euro está a abrandar, depois do produto interno bruto (PIB) francês ter crescido a um ritmo anual de 0,5% no primeiro trimestre deste ano, abaixo da progressão de 0,8% registada nos três meses anteriores.

A 10 de Maio, o BCE baixou a sua taxa de referência, ou REFI, em 25 pontos base para os 4,5%, na tentativa de travar a perda de ritmo da economia europeia. A descida do preço do dinheiro permite recorrer a financiamentos a um custo mais baixo, o que costuma impulsionar o consumo e o investimento.

Cada euro vale 200,482 euros.