O euro descia 0,33% face ao dólar, prejudicado pelos receios relativos à evolução da inflação europeia e pela diminuição das expectativas de um conflito armado no Médio Oriente, envolvendo os Estados Unidos (EUA).

A moeda única [EUR] cotava nos 0,8781 dólares e registava uma queda de 0,73% relativamente à divisa europeia, ao transaccionar nos 116,08 ienes.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Wim Duisenberg, disse hoje que a «inflação europeia deverá abrandar para abaixo dos 2% nos próximos meses, mas este declínio poderá ser menos pronunciado que o previsto».

Estas expectativas estão relacionadas com as recentes subidas dos preços do petróleo, que já avançaram mais de 30% desde o início do ano, fazendo com que «os valores da inflação homóloga estejam actualmente algo acima do que era esperado há alguns meses atrás».

Em Março, o índice de preços no consumidor harmonizado (IPCH) da Zona Euro subiu para os 2,5%, ficando acima das previsões dos analistas, que previam que este indicador se situasse nos 2,4%.

Os analistas receiam que, caso a inflação europeia volte a acelerar nos próximos tempos, o BCE venha a subir os juros, o que poderá atrasar a retoma da economia na zona da moeda única.

O BCE manteve hoje a sua taxa directora inalterada nos 3,25%, tendo Wim Duisenberg afirmado que este valor «continua a ser apropriado» para assegurar a estabilidade dos preços no médio prazo.

O dólar beneficiava também da diminuição dos receios relativos à eclosão de um conflito no Médio Oriente envolvendo os Estados Unidos (EUA), depois de ser noticiado que Colin Powel, responsável do Governo norte-americano, vai dirigir-se à região, para tentar encetar negociações de paz.

O conflito entre Israel, um país aliado dos EUA, e a Autoridade Palestiniana, bem como a possibilidade de uma ofensiva norte-americana contra o Iraque têm prejudicado a cotação do dólar nos últimos tempos.

Os analistas consideram que um possível envolvimento dos EUA nestes conflitos poderia levar a novos atentados terroristas contra alvos norte-americanos, o que seria prejudicial para a recuperação da maior economia mundial.