Os gestores de "hedge funds" e os grandes especuladores internacionais estão a alterar as suas estratégias de investimento em relação ao petróleo, estando a reduzir as suas posições longas – que apostam na subida da matéria-prima – e a aumentar as posições curtas (que apostam na queda do crude).

Na semana terminada a 19 de Setembro, o número de posições longas em relação ao petróleo recuou 39% na New York Mercantile Exchange, o que corresponde a uma queda de 14.522 contratos a apostar na subida da matéria- prima, de acordo com os últimos dados da Commodity Futures Trading Commission.

Dado o elevado peso que a classe de investidores com pendor especulativo tem no mercado, a recente que dados preços do petróleo acaba por ser influenciada por este novo posicionamento. Esta ideia é defendida por Andy Sommer, analista de energia do banco alemão HSH Nordbank, que contactado pelo Jornal de Negócios considerou ser impossível "dissociar a correcção dos preços do petróleo com as recentes mudanças nas estratégias dos ‘hedge funds’". Segundo o analista, nas últimas duas semanas "os gestores leram a tendência do mercado e reforçaram o número de posições curtas, que procuram ganhar com a queda da ‘commodity’, o que acabou por provocar uma descida do preço ainda maior".

No entanto, este argumento não é o mais consensual entre os analistas contactados pelo Jornal de Negócios para justificar a queda dos preços. Para o "head of energy research" da Calyon, Michael Witnner, o reforço dos "hedge funds" e de outros especuladores em posições curtas "tem apenas uma pequena quota de responsabilidade", pois o seu "impacto só é sentido no curto prazo e o petróleo já encetou num movimento de queda há pelo menos três semanas."