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Manuel Villas-Boas, presidente do Espírito Santo Finantial Group (ESFG), «holding» que controla o Banco Espírito Santo (BES), justificou hoje a admissão do grupo à BVLP, com o facto da BVLP ser «a praça onde temos maior afinidade», em declarações ao Negocios.pt.

A «holding» que controla o Banco Espírito Santo (BES) [BES] e a maioria do capital da Companhia de Seguros Tranquilidade, bem como uma participação na instituição financeira francesa Via Banque, entre outros activos, cota actualmente nas Bolsas do Luxemburgo, Nova Iorque e Londres.

A ESFG tem um capital social representado por 47.908.555 acções com valor nominal unitário de 10 euros (2.005 escudos), sendo que o «free-float», ou percentagem do capital disperso em Bolsa, ascende a 35%, revelou Villas-Boas ao Negocios.pt.

Sobre a cotação do ESFG na BVLP, que se iniciou 17,50 euros (3.508 escudos) por acção, Manuel Villas-Boas referiu ao Negocios.pt que «era perfeitamente natural que a primeira cotação efectuada na BVLP reflectisse a última cotação efectuada em Nova Iorque, que tem sido o mercado onde ela tem sido mais transaccionada».

O presidente da ESFG adiantou que a «aproximação ao nosso mercado mais natural tinha que acontecer», sublinhando que «éramos uma companhia tecnicamente luxemburguesa, mas com a maioria dos seus activos em Portugal».

A admissão à BVLP foi uma realidade, «logo que a BVLP passou a aceitar companhias estrangeiras», acrescentou o mesmo responsável, adiantando que a partir desse momento, «a decisão estava feita».

Quanto à situação menos favorável para admissão na BVLP, Villas-Boas lembrou que «temos que pensar a médio/longo prazo. Se pensarmos a médio/longo prazo, teremos períodos de grande expansão e de grande liquidez».

De acordo com o presidente do ESFG, «não temos planos em cotar noutras Bolsas, porque na verdade já estamos cotados nas principais: Lisboa e, em seguida Euronext, em Nova Iorque e Londres».

Os principais accionistas do ESFG são a Espírito Santo International Holding, com 36,11% do capital, e a Espírito Santo Irmãos SGPS, com uma posição de 15,49%.

Comissão gestora de carteira determina eventual entrada do ESFG nos índices PSI

Alves Monteiro adiantou hoje que caberá à comissão gestora da carteira dos índices PSI determina a eventual entrada da ESFG nos índices PSI20 ou PSI30, «benchmarks» da Bolsa nacional.

O presidente da BVLP sugeriu, portanto, que a BVLP não coloca de parte a admissão de uma acção estrangeira nos índices nacionais.

Um estudo do Banco Finantia datado de 4 de Outubro, avança que o ESFG poderá integrar o índice PSI20, pela sua capitalização bolsista.

Ricardo Salgado diz admissão do ESFG «é um passo muito importante» para o Grupo

Ricardo Salgado, presidente do BES e presidente do Conselho de Administração da BVLP, disse hoje que a entrada à cotação do ESFG é «um passo muito importante» para o grupo.

Com mais de 90% dos activos em Portugal, «era natural que o ESFG tivesse cotado na BVLP», acrescentou Ricardo Salgado.

O presidente do BES lamentou o facto, «de infelizmente», as acções de grupos estrangeiros e com exposição ao sector segurador terem «tradicionalmente um desconto» face à sua efectiva avaliação.

Segundo disse Ricardo Salgado ao Negocios.pt, a admissão do ESFG «não desfavorece o BES», em virtude do grupo deter «participações complementares às do BES».

«Não há intenção de deixar de cotar o BES. O banco continuará cotado como um dos grandes títulos nacionais», assegurou Ricardo Salgado.

Alves Monteiro, presidente executivo da BVLP, espera que até ao final do ano, outras empresas possam ser admitidas à cotação em Bolsa, tendo-se escusado a avançar se, neste momento, alguma empresa deu entrada com uma solicitação nesse sentido.

As acções do ESFG [ESF] cotavam nos 17,55 euros (3.518 escudos).