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Contribuintes defendem eliminar bónus dos gestores de Wall Street

Os contribuintes norte-americanos consideram que têm direito a ter uma participação em Wall Street e depois de terem ajudado o sector, com o Plano Paulson no valor de 700 mil milhões de dólares, não querem que os bónus dos executivos da banca americana sejam reduzidos. Pretendem mesmo que sejam mesmo eliminados.

12 de Novembro de 2008 às 14:58
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Os contribuintes norte-americanos consideram que têm direito a ter uma participação em Wall Street e depois de terem ajudado o sector, com o Plano Paulson no valor de 700 mil milhões de dólares, não querem que os bónus dos executivos da banca americana sejam reduzidos. Pretendem mesmo que sejam mesmo eliminados.

“Posso não entender nada, mas entendo de bom senso e quando se empresta dinheiro a alguém, não se quer ver essa pessoa no dia seguinte numa loja de carros novos”, refere Ken Karlson, veterano da guerra do Vietnamedo, com 61 anos e comerciante do Estado de Illinois.

A remuneração no Goldman Sachs Group Inc., no Morgan Stanley, no Citigroup Inc. e nos seis outros bancos que receberam os primeiros 125 mil milhões de dólares de recursos públicos norte-americanos está a ser examinada por congressistas, entre eles o deputado democrata Henry Waxman, e pelo procurador-geral do Ministério Público do Estado de Nova Iorque, o também democrata Andrew Cuomo.

O presidente eleito, Barack Obama, disse na sua primeira conferência de imprensa, a 7 de Novembro, que o programa de socorro vai ser revisto, de forma a garantir que não “ “recompense indevidamente os dirigentes de empresas financeiras que a receber a assistência do governo”.

Os bónus de fim de ano provavelmente vão diminuir, com a queda de receitas em 2008, mas os veteranos do sector dizem que eliminá-los seria um risco de perder os funcionários mais produtivos das empresas.

“Há casos em que os bónus são justificados, merecidos e do interesse do banco de investimentos envolvido'', diz Dan Lufkin, um dos fundadores do Donaldson Lufkin & Jenrette Inc., banco de investimentos adquirido pelo Credit Suisse Group AG em 2000.

“Os melhores empregados são pessoas que a empresa quer segurar, e os seus melhores empregados terão oportunidades, mesmo neste ambiente, de transferir a sua lealdade”, para outra empresa.

As empresas, que separam recursos durante todo o ano para o pagamento de bónus, não comentaram sobre os seus planos de prémios aos gestores, que em geral são decididos neste mês ou em Dezembro. Um estudo divulgado na semana passada disse que as empresas financeiras provavelmente vão reduzir os bónus dos executivos de topo em até 70%.

Tradicionalmente, a remuneração da empresas de Wall Street está fortemente vinculada ao desempenho das instituições, e é por isso que os funcionários recebem a maior parte dos prémios no fim do ano, depois de os resultados finais serem conhecidos.

Dependendo da antiguidade e do desempenho, os bónus dos operadores, banqueiros e executivos podem representar várias vezes os seus salários, que variam entre 80.000 a 600.000 dólares por ano.

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