O facto da EDP ter garantido os direitos de concessão da barragem do Alqueva é positivo para a eléctrica, consideram os analistas do BES que destacam a clarificação de uma situação que se arrastava desde 2004.

A EDP garantiu ontem que a concessão hidroeléctrica da barragem do Alqueva lhe será entregue por ajuste directo, vendo reconhecidos os "direitos especiais" pelo Governo e garantido o regime de exclusividade naquela exploração.

O Conselho de Ministros (CM) aprovou o decreto-lei que desenvolve o regime jurídico aplicável à gestão, exploração, manutenção e conservação das infra-estruturas que integram o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA), e aprova as bases do respectivo contrato de concessão.

Ainda que o diploma não tenha sido divulgado, o Jornal de Negócios sabe que ele inclui a formalização do ajuste directo daquela concessão hídrica à eléctrica de António Mexia. Reconhece ainda os direitos especiais que a EDP reclamava sobre esta exploração (ver texto ao lado) desde que o Executivo lançou a "corrida ao Alqueva" no final de 2006.

Para os analistas do BES esta notícia tem um impacto positivo na EDP, "embora já fosse esperada".

"Isto finalmente clarifica os direitos da EDP relativamente à barragem do Alqueva, lembramos que a EDP já teve a exploração da barragem mas esse direito foi suspenso em 2004 por um decreto-lei que permitiu a outras companhias concorrerem à concessão", referem os analistas Pedro Morais e Fernando Garcia.

O BPI também consindera que "a resolução final desta situação representa uma notícia positiva para a EDP".

O BES tem um preço-alvo de 4,7 euros e uma recomendação de "comprar" para a EDP. O BPI recomenda "manter" as acções da EDP com um preço-alvo de 4,25 euros.

As acções da EDP [edp] seguem a perder 0,24% para os 4,14 euros.