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Como gerir as poupanças após a entrada na reforma

Quantos anos espera viver após chegar à reforma? A resposta é determinante para perceber quanto tem de "esticar" as poupanças e onde elas vão ser aplicadas. Diversificar continua a ser a palavra-chave.

31 de Outubro de 2012 às 00:01
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A menos que se junte um pé de meia muito considerável ou se arranje uma ocupação que permita receber um extra para acumular com a pensão, a chegada à idade da reforma pode significar uma perda de rendimento.

Uma tendência reforçada pelas novas regras de cálculo das pensões e as medidas de austeridade. O primeiro passo deve ser, por isso, fazer bem as contas ao novo orçamento mensal.

Divida uma folha ao meio. De um lado some as despesas anuais, incluindo todos os gastos. Depois pode multiplicar o resultado pelo número de anos que espera ter ainda de vida. A esperança média de vida de um homem após os 65 anos em Portugal é actualmente de 12,4 anos, segundo o estudo da OCDE "Pensions at a Glance". As mulheres vivem mais 14,5 anos.

Para a conta ser mais fidedigna, deve assumir que as despesas anuais vão crescer à taxa de inflação. Pode usar os 2%, que são o objectivo do Banco Central Europeu. Outra opção prudente será ter em conta um crescimento das despesas de saúde à medida que a idade avança.

Na outra metade da folha some os rendimentos anuais e multiplique pelo número de anos que espera viver. Agora junte as poupanças que tenha amealhado e volte a dividir pelo número de anos.

O importante é que o resultado do lado das despesas não seja superior ao dos rendimentos. Se assim for, pode ficar descansado. Basta dividir o montante final por 12 para saber quanto pode gastar por mês.

Onde investir o dinheiro

Agora que o orçamento está equilibrado, resta definir a estratégia de gestão das poupanças. Mais do que nunca a prioridade deve ser a preservação do capital. Escolha apenas produtos de baixo risco, de preferência de capital garantido, e uma maturidade que não seja muito longa. Nesta fase, o principal desafio é encontrar o equilíbrio entre a necessidade de liquidez, de ter acesso rápido ao dinheiro para fazer face às despesas correntes; e ter de continuar a ter poupanças aplicadas para o futuro, de preferência com uma rendibilidade igual ou superior à inflação, para não perder poder de compra.

Depósitos de curto prazo e fundos de tesouraria podem ser uma opção para a gestão corrente do dinheiro. O dinheiro que continua poupado pode ser investido em obrigações de baixo risco, directamente ou através de fundos. Ter uma carteira diversificada de investimentos continua a ser a regra de ouro.

Produtos financeiros para depois dos 65

Depósitos a prazo
Se pretende usar parte das poupanças para "compor" o rendimento mensal, terá de optar por uma aplicação financeira que garante o acesso rápido e sem penalizações ao dinheiro - a chamada liquidez. Um depósito de prazo reduzido que permita levantamentos regulares será uma opção.

Certificados de aforro
Os certificados proporcionam uma rendibilidade melhorada até ao final de Dezembro de 2016, que é competitiva com a oferta dos bancos. Quer os certificados de aforro da série "A" quer da série "B" estão com remunerações acima dos 3%.

Outras opções
As obrigações "investment grade", de baixo risco, podem ser uma boa alternativa de diversificação. Quem investindo directamente, quer através de fundos. Outra opção são os seguros de capitalização, mas tenha em atenção as comissões.


Tome nota
Ao entrar na reforma a preservação do capital torna-se ainda mais uma prioridade. O que não significa colocar todo o dinheiro em depósitos a prazo. Como salienta o Best Bank: "Não nos podemos esquecer que actualmente a esperança de vida é elevada e que se nos reformarmos aos 65 anos ainda podemos ter mais de 30 anos pela frente. Assim, é claro que os investimentos devem ser mais conservadores, embora uma parte possa continuar alocada a investimentos mais longos e com maior potencial de rendibilidade".

O aforrador deve manter uma estratégia de diversificação de prazos e classes de activos, procurando produtos de menor risco, mas que permitam remunerar a poupança com taxas acima da inflação, de forma a não perder poder de compra.

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