Uma notícia em "off the record" influencia as acções e revela-se falsa. Uma recomendação de uma casa de investimento não é fundamentada. A CMVM está preocupada com estes e outros fenómenos, que diagnostica. E questiona o jornalismo financeiro.

O tema não é novo. Não é a primeira vez que a Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM) pede aos media que evitem o anonimato das fontes em notícias sobre o mercado de capitais e que denunciem tentativas de manipulação pelas fontes.

A última vez que esta preocupação se tornou pública foi em Julho passado e veio pela voz do próprio presidente da CMVM, Carlos Tavares, que elegia como a maior preocupação do regulador o "ruído que tem vindo a ser feito no mercado através da comunicação social, mas a cobro do anonimato". Dois anos de OPA à PT, BPI e Benfica, bem como toda a crise no BCP, produziram notícias que fizeram soar os alarmes na Avenida da Liberdade em Lisboa.

No âmbito da iniciativa da CMVM sobre Abuso de Mercado, que o Jornal de Negócios está a "escalpelizar" ao longo de duas semanas, a CMVM escreveu um conjunto de recomendações aos jornalistas, nomeadamente na divulgação de recomendações ("researches"). regras nunca são infringidas" fazendo referência às "vezes que foram anunciadas OPA com base em fontes anónimas".