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China quer sanções para empresas e pessoas que minerem ou transacionem bitcoin

A China está a reforçar a sua postura anti-bitcoin. Depois de proibir os pagamentos com recurso a esta criptomoeda, agora a região da Mongólia, um dos grandes centros de mineração do mundo, quer que Pequim tenha mão pesada sobre estes mineradores.

Bloomberg
26 de Maio de 2021 às 10:51
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A região chinesa do interior da Mongólia propôs que o governo de Pequim começasse a sancionar empresas e pessoas envolvidas na mineração de criptomoedas, depois de, na semana passada, o primeiro-ministro do país, Liu He, ter dito num comunicado que era "necessário" travar a mineração e transação de bitcoin.

O comunicado oficial da China dizia que era necessário "reprimir o comportamento de mineração e transação de bitcoins e prevenir resolutamente a transmissão de riscos individuais para o campo social". Esta vontade da China em travar o crescimento da bitcoin não é novo, mas agora, altura em que o preço afundou e as dúvidas sobre a sua sustentabilidade cresceram, Pequim voltou a reforçar a sua posição. Para além do primeiro-ministro também o Banco Popular da China proibiu a aceitação de bitcoins como forma de pagamento no seu território.

Atualmente, a China está em fase final de testagem da sua moeda digital e a luta contra a bitcoin em particular e as criptomoedas em geral estão a ser vistas como uma forma de proteger o seu "yuan" digital. Os testes sobre a sua moeda digital começaram a ganhar forma ainda em 2014, mas foi em 2020, em contexto de pandemia, que o Banco Popular da China viu uma boa oportunidade para testar a sua moeda digital.

O projeto-piloto teve lugar em quatro grandes cidades chinesas, Shenzhen, Suzhou, Chengdu e Xiong’na e tem o objetivo de melhorar a eficácia e resiliência do atual modelo de pagamentos que, aos olhos de Pequim, pode ganhar importância em termos globais, se passar a ser digitalizado. O primeiro grande teste que terá junto da comunidade internacional será em 2022, nos Jogos Olímpicos de inverno que serão organizados em Pequim. Algumas regiões que vão receber as comitivas destas olimpíadas também foram incluídas na fase de testes.

Atualmente, a moeda digital está em fase final de testagem no país, numa altura em que foram já emitidos mais de 2 mil milhões de yuans, o equivalente a mais de 255 milhões de euros.

A atual mineração de bitcoin, que usa tanta ou mais energia como uma série de países num ano, como Portugal ou a Argentina, é feita à base daquilo a que se chama a "proof-of-work", um protocolo feito à prova de bala dos ataques cibernéticos, mas cujo consumo de energia, no caso da bitcoin toca nos 130 terawatts por hora (TWh), calcula o Centro de Finanças Alternativas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. A única forma que os mineradores terem vantagem uns sobre os outros é usarem computadores mais eficientes, o que faz aumentar o consumo. 

Alguns entusiastas da bitcoin, como é o caso do co-fundador do Twitter, Jack Dorsey, alegam que a criptomoeda pode promover o consumo de energias renováveis, se se aproveitar dos projetos de energia solar e eólica existentes. Mas o que acontece neste momento é que a maior parte da mineração é feita na China, com recurso ao carvão, como fonte de eletricidade. 
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