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Certificados do tesouro sofrem primeiros resgates com reembolsos dos CTPM

O investimento em certificados do tesouro foi negativo em Novembro, devido ao efeito negativo dos reembolsos dos primeiros produtos lançados em 2013. Já os certificados de aforro captaram dinheiro pela primeira vez em dois anos.

Bruno Simão
20 de Dezembro de 2018 às 12:32
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Os certificados do tesouro registaram o primeiro mês de resgates desde que foram lançados. Estes produtos fecharam o mês de Novembro com um saldo negativo de 70 milhões de euros, penalizados pelos reembolsos dos primeiros certificados lançados em 2013, uma vez que atingiram a maturidade.

O valor acumulado em certificados do tesouro baixou de 16.388 milhões de euros, no final de Outubro, para 16.318, no mês passado, segundo os números divulgados no Boletim Estatístico do Banco de Portugal. As subscrições negativas ocorrem num mês em que os primeiros produtos atingiram maturidade, pelo que o capital teve de ser reembolsado aos investidores.

Os primeiros certificados do tesouro, os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) foram lançados em Outubro de 2013, com taxas crescentes que começavam em 2,75%, no primeiro ano, e iam até 5%, no quinto ano. Entretanto as taxas oferecidas baixaram, mas mantiveram-se em níveis superiores aos de outras aplicações de baixo risco – pagavam uma taxa média de 2,25%.

Os CTPM foram entretanto substituídos pelos (CTPC), no ano passado. A remuneração oferecida nos novos certificados é bastante inferior (1,39%) à dos CTPM, o que poderá desincentivar a aposta nestes produtos. No Orçamento do Estado para 2019, o Governo já previa que parte do capital reembolsado não fosse reinvestido em novos certificados do tesouro.

"A partir de Outubro de 2018, os primeiros CTPM começarão atingir a sua maturidade original, estimando-se amortizações de 610 milhões a vencer em 2018 e 2,9 mil milhões de euros em 2019, a que acrescem também amortizações da série C de CA (cerca de 80 milhões em cada ano)", adiantava o governo na proposta de orçamento para o próximo ano.

O OE para 2019 adiantava ainda que "os CTPM que vencem em 2019 beneficiavam de remunerações muito atractivas, pelo que seja por inércia, seja pela busca de outro tipo de aplicações com maior remuneração, uma parte significativa deste montante poderá não ser reinvestida em CA ou CTPC, o que poderá implicar subscrições líquidas negativas destes instrumentos em 2019".

Certificados captam poupança

Ao contrário dos certificados do tesouro, os Certificados de Aforro (CA) conseguiram atrair capital, contrariando uma série de dois anos de resgates consecutivos. Desde Novembro de 2016 que estes produtos registavam subscrições líquidas negativas.

O valor em "stock" investido em CA atingiu os 11.860 milhões de euros no final de Novembro, sete milhões acima dos 11.853 investidos neste produto de poupança um mês antes. O ritmo de resgates nos CA já vinha a abrandar há vários meses, num momento em que é cada vez mais difícil aos investidores obter alternativas de poupança de baixo risco com taxas positivas. A taxa bruta de remuneração dos CA foi fixada em 0,684%, em Dezembro.

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