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Centeno aproveita viagem a Nova Iorque para se encontrar com agências de “rating”

Na mala de viagem para os EUA, o ministro das Finanças tinha “informação para passar”. Na bagagem de regresso, levou a percepção que os investidores e as agências têm da economia nacional.

Mário Centeno - Finanças: O coordenador do programa eleitoral do PS, quadro do Banco de Portugal, onde foi vice-director de Departamento de Investigação, mantém a tradição de elevada notoriedade para os ministros das Finanças e é mesmo aquele de que os portugueses mais se lembram em primeiro lugar (22,6%). Colocando numa balança as notas que foram atribuídas na sondagem a este doutorado em Harvard, conclui-se que é considerado o melhor ministro (15,9%), embora também seja o segundo com pior avaliação (9,6%).
Bruno simão
07 de Junho de 2016 às 21:40
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Nos dias em que esteve nos Estados Unidos da América, Mário Centeno aproveitou para ter vários encontros. Não só com investidores estrangeiros mas também com agências de notação financeira, mais conhecidas por agências de "rating".

 

"Tivemos conversas muito interessantes, quer com agências de ‘rating’ quer com investidores, que nos permitiram perceber, também, a avaliação que é feita da economia portuguesa", declarou o ministro das Finanças aos jornalistas à margem dos Pan European Days, em Nova Iorque, evento organizado pela Euronext, dona da Bolsa de Lisboa.

 

Centeno não enunciou quais as agências com que se encontrou mas as três companhias americanas classificam o "rating" português como não sendo de investimento, ou seja, a dívida nacional é considerada especulativa. Neste momento, é a DBRS, a agência canadiana mas que também tem presença em Nova Iorque, que assegura a elegibilidade da dívida de Portugal junto do BCE.

 

Nestes encontros com os investidores americanos e com as agências, Centeno admite que tem "informação para passar". Mas não diz qual. Questionado pelos jornalistas sobre se já encontrou um comprador americano para o Novo Banco, o ministro desvia ao afirmar que "não foi exactamente isso" que o trouxe a Nova Iorque.


"Não há objectivo de rever cenários macro"

A líder do IGCP, Cristina Casalinho, também tem estado em conversas com investidores americanos e, aos jornalistas também esta terça-feira, afirmou que as principais preocupações estão relacionadas com o crescimento económico e o sector bancário.

 

Sobre o crescimento económico, Centeno recusou a ideia de que esteja a preparar uma revisão em baixa das actuais estimativas: "não há nenhum objectivo de rever o cenário macro". "No que temos de estar concentrados é na execução orçamental", defendeu, acrescentando que está a correr conforme o antecipado.  

 

35 horas sem novos custos 

 

Em Nova Iorque, à margem de um evento sobre mercados financeiros, as 35 horas de trabalho da Função Pública também foram tema de perguntas de jornalistas. Neste aspecto, Centeno acrescentou que tem de ser assegurada a nulidade orçamental, ou seja, os custos com pessoal não podem aumentar com a redução do horário de trabalho, apesar de ser certo a existência de sectores que irão enfrentar aumentos dos encargos como a saúde.

 

"Quando a medida estiver totalmente implementada, o Governo vai mostrar como é feito, em particular nos números da execução orçamental, em que vai ser necessário compensar os custos que sectorialmente possam estar envolvidos com poupanças noutros sectores", explicou, sem contudo concretizar como tal será conseguido.

*O jornalista em Nova Iorque a convite do Haitong

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