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Centeno espera que BCE volte a cortar juros "mais algumas" vezes este ano

O governador do Banco de Portugal afirmou em entrevista à Bloomberg e à CNBC que os dados permitem considerar cortes de juros em todas as reuniões de política monetária e que o BCE deverá voltar reduzir as taxas diretoras ainda em 2024.

João Cortesão
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O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, espera que o Banco Central Europeu volte a cortar juros "mais algumas" vezes ainda este ano, com o objetivo de sustentar a economia.

Em entrevista à Bloomberg no Fórum BCE, Centeno indicou que a sua abordagem formal sugere que uma redução das taxas diretoras na próxima reunião, de julho, não deve ser colocada, para já, fora da mesa.

"Espero mais alguns cortes de juros este ano", disse, acrescentando que "é necessário seguir uma estratégia de reunião a reunião e esperar que os dados continuem a ser positivos".

Também em declarações à CNBC o governador do Banco de Portugal disse que as perspetivas de inflação do banco central permite que os decisores equacionem uma redução das taxas de referência em todos os encontros de política monetária.

"Os últimos números publicados provaram que as nossas previsões estavam corretas" e "isso dá-nos confiança de que a inflação cairá para 2% em tempo útil", afirmou Centeno. "E à medida que esta confiança aumenta, com esta previsão que estamos a conseguir acertar, penso que podemos olhar para todas as reuniões e tomar decisões que nos dão o nível de prudência necessário", acrescentou.

As declarações do governador do Banco de Portugal contrastam com as de outros membros do Banco Central Europeu. O governador da Bélgica, Pierre Wunsch, sugeriu que um outro corte de juros seria um cenário relativamente fácil, mas que uma decisão como esta requere que mais dados mostrem uma descida da inflação a caminho da meta de 2%. Já o economista-chefe, Philip Lane, sugeriu que os responsáveis não vão ter informação suficiente para decidir até ao encontro de julho.

Também a presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que o "trabalho não está terminado e é necessário estar "vigilante".
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