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Bolsa turca afunda e lira atinge mínimo histórico após tensão com os EUA

A Turquia anunciou hoje que vai parar de emitir vistos a cidadãos norte-americanos, excluindo vistos de imigração, na sequência de uma decisão semelhante adoptada por Washington.

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09 de Outubro de 2017 às 09:32
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Os activos da Turquia iniciaram a semana em queda acentuada, devido ao escalar da tensão diplomática com os Estados Unidos, já que os dois países suspenderam a concessão de vistos.

 

O Borsa Istanbul 100 está a negociar em mínimos de quatro meses, após uma queda de 4,7%. Segundo a Bloomberg, esta é a maior queda diária desde 18 de Julho de 2016, altura em que decorreu uma tentativa falhada de golpe de estado.

 

Entre as acções mais castigadas está a Turkish Airlines, com as acções da companhia aérea a afundarem um máximo de 11%, o que também representa a maior queda em 15 meses. O mercado norte-americano representa cerca de 14% das receitas da Turkish Airlines.

 

No mercado cambial o efeito do conflito com os EUA foi ainda mais forte, com a lira a afundar um máximo de 6% face a um conjunto de divisas mundiais como o euro e o dólar. A moeda turca chegou a negociar em mínimos históricos tendo recuperado pouco depois, registando nesta altura uma queda de 2,4%.

 

Não há para já sinais de contágio dos activos turcos a outros mercados emergentes.

 

Conflito diplomático

 

Este nervosismo no mercado de capitais turco surge depois do país ter anunciado que vai parar de emitir vistos a cidadãos norte-americanos, excluindo vistos de imigração, na sequência de uma decisão semelhante adoptada por Washington.

 

As restrições turcas vão aparentemente mais longe do que as decididas pelos Estados Unidos, porque se aplicam "aos vistos que figuram nos passaportes, aos vistos electrónicos e aos vistos obtidos na fronteira", além dos emitidos pelas missões diplomáticas nos Estados Unidos, segundo uma declaração da embaixada turca em Washington.

 

Horas antes, a embaixada dos Estados Unidos em Ancara tinha anunciado a suspensão temporária de emissão de vistos para viajar para os EUA com o objectivo de reduzir o afluxo às suas delegações no país por "motivos de segurança".

 

"Os recentes acontecimentos forçaram o Governo dos EUA a reavaliar o compromisso do Governo da Turquia, através da segurança das delegações norte-americanas e do seu pessoal", assinala o comunicado difundido em inglês e turco na conta da rede social 'Twitter' da embaixada.

 

"Para minimizar o número de visitantes na nossa embaixada e consulados, enquanto permanecer esta avaliação, suspendemos com efeito imediato todos os serviços de vistos, excepto os da imigração, em todas as instalações diplomáticas norte-americanas na Turquia", conclui a nota.

 

Apesar de a representação diplomática não especificar a natureza dos "recentes acontecimentos", é possível que se refira à recente detenção de um cidadão turco, funcionário da embaixada dos EUA em Ancara.

 

O detido está indiciado por manter vínculos com antigos responsáveis da polícia turca, supostamente relacionados com a confraria do clérigo islamita Fethullah Gülen, que Ancara responsabiliza pelo fracassado golpe de Estado em julho de 2016.

 

Na passada quinta-feira, a embaixada norte-americana emitiu um comunicado em que se declara "profundamente perturbada" pela detenção do seu funcionário.

 

Em paralelo, também criticou fontes governamentais turcas por divulgarem informações "com o aparente objectivo de julgar o funcionário nos meios de comunicação, em vez de fazê-lo nos tribunais".

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