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Bilionários aceleram retirada de empresas da bolsa
Proprietários bilionários como o japonês Masayoshi Son e o magnata da media francês Patrick Drahi tentam tirar as suas joias da coroa dos holofotes das bolsas.
O setor de private equity que se cuide: há alguns novos compradores no mercado e eles conhecem os seus alvos melhor do que ninguém.
Proprietários bilionários como o japonês Masayoshi Son e o magnata da media francês Patrick Drahi tentam tirar as suas joias da coroa dos holofotes das bolsas. Com os possíveis planos para fechar o capital das empresas, empresários evitam mercados voláteis e acionistas cada vez mais ativos.
Empresas já anunciaram 26 mil milhões de dólares em transações para fechar o capital por parte do maior acionista, um aumento de cerca de 2.500% em relação ao mesmo período de 2019, segundo dados compilados pela Bloomberg. Muitas das operações envolvem fundadores ultrarricos que foram ajudados por financiamento barato e pelo fraco desempenho das ações das suas empresas num momento em que o mercado mais amplo está crescendo.
"Embora tenhamos visto mais companhias que decidiram permanecer privadas por mais tempo nos últimos dois anos, também observamos uma tendência em que empresas cotadas procuraram fechar o capital", disse Isabelle Toledano-Koutsouris, responsável por mercados de capital privado para a Europa, Oriente Médio e África do UBS. "Está em andamento nos últimos meses devido à volatilidade do mercado resultante da pandemia."
Son, presidente do conselho do SoftBank, volta a estudar a ideia de fechar o capital do conglomerado japonês, segundo pessoas com conhecimento do assunto. As deliberações refletem a contínua frustração com a lacuna entre o valor de mercado da empresa, de 126 mil milhões de dólares, e o da sua vasta carteira de investimentos. Drahi ofereceu 2,5 mil milhões de euros para comprar as ações que ainda não possui na operadora de telecomunicações Altice Europe.
As notícias chegam menos de duas semanas após a startup alemã Rocket Internet ter anunciado planos de retirar as suas ações das bolsas de Frankfurt e Luxemburgo. A empresa, que tem os irmãos bilionários Samwer como acionistas, disse que a listagem no mercado acionista já não é a melhor maneira de captar recursos e que pode contar com financiamento privado para a expansão futura.
Indivíduos ricos buscam essas operações num momento em que a atividade geral de acordos permanece estagnada: o valor das fusões e aquisições caiu 33% desde janeiro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Firmas de private equity, compradoras tradicionais de ativos indesejados, ficaram em grande parte à margem: os investimentos caíram 15% neste ano, apesar dos volumes recordes de reservas.