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BESI quer aproveitar Plano Obama para a área das renováveis

José Maria Ricciardi foi ontem o convidado de honra da bolsa de Nova Iorque. Tocou o sino de encerramento da sessão, num acto simbólico para celebrar o início da actividade do banco de investimento na maior praça financeira do mundo, que Ricciardi vê como uma plataforma de distribuição de produtos financeiros na América Latina, nomeadamente no Brasil.

09 de Outubro de 2009 às 08:44
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José Maria Ricciardi, presidente do BES Investimento (BESI), foi ontem o convidado de honra da bolsa de Nova Iorque. Tocou o sino de encerramento da sessão, num acto simbólico para celebrar o início da actividade do banco de investimento na maior praça financeira do mundo, que Ricciardi vê como uma plataforma de distribuição de produtos financeiros na América Latina, nomeadamente no Brasil.

A aposta no mercado norte-americano começou há pouco mais de quatro meses, depois de obtida a licença junto da Reserva Federal dos EUA no final de 2008, logo após o colapso do Lehman Brothers. E, segundo o presidente do BESI, as operações estão a correr bem. O sucesso deverá confirmar-se no final deste ano, altura em que Ricciardi prevê atingir o "break even".

São dois os objectivos do banco de investimento com a presença em Nova Iorque - os escritórios ficam na Madison Avenue, num 12º andar. Primeiro, porque este é o "maior mercado do mundo" e, segundo, porque "os EUA são uma grande plataforma de distribuição de produtos financeiros na América Latina".

"No nosso caso será mais o Brasil", sublinhou José Maria Ricciardi. Mas acrescentou que a aposta em Nova Iorque poderá servir igualmente para a distribuição de produtos "no México, onde poderemos vir a abrir representações". Contudo, a expansão na América Latina "não é para já". O BES tem outras prioridades, de momento, nomeadamente o crescimento em Londres.

Capitalizar "know-how" nas energias renováveis

"Em Nova Iorque, estamos a desenvolver a área de mercado de capitais", afirmou Ricciardi. "Outra área importante é o negócio de financiamento das infra-estruturas e das energias renováveis". "Temos o 'know-how' que outros não têm [nas energias renováveis]. Fomos o 5º maior 'player' mundial no ano passado, no que respeita à energia eólica", sublinhou o presidente do BESI.

O banco procura, assim, tirar partido do interesse das empresas deste segmento pelo mercado norte-americano, tendo em conta o programa de incentivo à utilização de energias renováveis, lançado em Fevereiro, para o qual a administração de Barack Obama reservou uma verba de três mil milhões de dólares (2,04 mil milhões de euros).

"Vamos ser aqui [neste segmento] um 'player' de referência". Ainda na terça-feira "estivemos na Casa Branca a falar de energia", revelou Ricciardi. Nesta reunião com a administração de Obama, o banco de investimento procurou promover a experiência das empresas portuguesas nesta área, nomeadamente da EDP Renováveis, que detém a Horizon nos EUA, e também da Martifer, que veio a Nova Iorque em "roadshow" a convite do BESI.

Investimentos brasileiros na mira



O programa de Obama aposta ainda nas infra-estruturas, uma área de que o BESI também quer tirar partido, capitalizando a experiência noutros mercados. Mas, nesta área, o Brasil surge como a oportunidade mais atractiva para o banco de José Maria Ricciardi, dada a implementação de um Plano de Aceleração e Crescimento (PAC).

O PAC é um programa de investimentos que vai durar cinco anos, e está avaliado em 500 mil milhões de reais (194 mil milhões de euros). Aposta em quatro áreas: transportes, petróleo e gás - no pré-sal -, modernização da agricultura e área social, com o investimento de 100 mil milhões em habitação social, na tentativa de acabar com as favelas.

O BES Investimento foi uma das oito instituições eleitas para dar assessoria nestes projectos de infra--estrututas, entre três estrangeiros (Santander e também o Citi), num total de oito instituições financeiras, sendo cinco delas brasileiras. O Bradesco, sócio do BES no Brasil, também está presente neste lote.

BESI já está a postos para os JO

Além deste PAC, o Brasil apresenta ainda outras oportunidades, especialmente agora que conseguiu juntar à organização do Mundial de Futebol de 2014 os Jogos Olímpicos de 2016. José Maria Ricciardi revelou que o BESI está já "a trabalhar com empresas para participar nos concursos" de construção das novas infra-estruturas.

São, essencialmente, novos recintos desportivos, como estádios de futebol. "Temos grande competência nesta área, obtida com o Europeu de 2004", realizado em Portugal, afirmou Ricciardi. Mas também devido às operações de financiamento dos estádios do Arsenal, do Manchester United (Wembley). "Temos um 'background' muito grande que nos permite trabalhar no Brasil".

*o jornalista viajou a convite do BESI

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