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BCE poderá avançar com retirada de estímulos ainda este ano
A autoridade bancária pode estar prestes a seguir o caminho da Fed na retirada de apoios extraordinários.
Nos EUA, este debate já está numa fase muito mais avançada, com a Reserva Federal a abrir portas a um abrandamento dos apoios ainda este ano também. Só que, na maior economia do mundo, a recuperação tem-se sentido com mais força face ao "velho continente", com a inflação acima dos 5%.
A uma semana de um novo encontro, as vozes mais conservadoras no seio da instituição estão a levantar-se, depois de ontem os dados da inflação referentes a agosto terem mostrado a maior subida deste indicador em quase uma década, bem acima da meta definida. Ontem foi a vez de Jens Weidmann, líder do banco central da Alemanha, que, apesar de considerar o atual quadro acomodatício do BCE apropriado, alerta que a autoridade bancária não pode ignorar a subida de preços acima daquilo que era previsto.
A taxa de inflação homóloga do índice harmonizado de preços da Zona Euro atingiu 3% em agosto, indicou a primeira estimativa do Eurostat. É preciso recuar quase dez anos, a novembro de 2011 para encontrar um valor idêntico. A energia continua a puxar pelos preços: os bens energéticos registaram um aumento de 15,4%, acima dos 14,3% de julho.
Este valor, muito acima da meta de 2% definida pelo BCE para o médio prazo, fez emergir membros mais conservadores da autoridade bancária. O discurso de hoje de Weidmann, juntou-se ao de Robert Holzmann, membro do quadro de governadores, ontem. O austríaco disse à Bloomberg que o BCE deveria começar a pensar em retirar os apoios que criou para combater os efeitos da pandemia, dando prioridade à meta da inflação.