Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

BCE ainda não coloca retirada de estímulos em cima da mesa. Foco esteve na revisão estratégica

As atas da última reunião do BCE mostram que o debate aqueceu sobre a orientação futura do banco no que toca aos juros. Mas, para já, retirar estímulos ainda não foi tema para os decisores.

O BCE divulgou ontem o seu boletim económico no qual incluiu os resultados de um inquérito a grandes empresas.
Kai Pfaffenbach/Reuters
26 de Agosto de 2021 às 14:08
  • ...
Ao contrário do que acontece com a Reserva Federal dos EUA, a retirada gradual dos estímulos monetários não é um tema ainda para o Banco Central Europeu (BCE), de acordo com as atas da última reunião de política monetária, que ocorreu entre os dias 21 e 22 de julho. Nesse encontro, o primeiro desde que a autoridade reviu oficialmente as suas metas para a inflação, o grande debate foi em torno da orientação futura do banco, com a manutenção dos juros em mínimos a centrar atenções.

Os decisores de política monetária concordaram com a nova orientação na reunião, que pressupõe um longo período de taxas de juro baixas, com uma subida ligada apenas a um aumento mais pronunciado da inflação. Só que este acordo "maioritário" não foi um acordo absoluto, com a reunião a evidenciar a divisão histórica entre as pombas e os falcões que sobrevoam a sede da instituição liderada por Christine Lagarde.


"Uma larga maioria de membros indicou que podiam apoiar a revisão proposta para a orientação futura", pode ler-se no documento divulgado nesta quinta-feira, que mostra ainda que, "ao mesmo tempo, alguns membros fizeram valer as suas reservas, uma vez que a formulação não abordou suficientemente as suas preocupações". No final de contas, apenas os líderes dos bancos centrais da Alemanha e da Bélgica se opuseram à revisão, adianta a Reuters.

Os analistas do ING, numa nota, realçam o "debate muito intenso sobre a implementação da nova estratégia", com a maior preocupação a cair sobre "a orientação sobre as taxas de juro". Mas para já realçam a ausência de debate sobre uma redução do PEPP, o programa de compre de dívida criado para dar resposta à pandemia, bem como qualquer rotação de compras ou integração no APP, o apoio regular para este efeito.

A próxima reunião do BCE está marcada para o dia 9 de setembro e será acompanhada com a habitual revisão dos indicadores macroeconómicos. As projeções para a Zona Euro devem ser revistas, conforme admitiu esta quarta-feira o vice-presidente do banco central Luis de Guindos. A melhoria das previsões deverá ser conhecida depois da reunião do Conselho de Governadores, marcada para dia 9 de setembro.

"Cada vez que atualizámos [as perspetivas económicas da Zona Euro] foi para melhor e isso pode acontecer novamente", referiu Luis de Guindos, durante um evento financeiro em Espanha, sublinhando que "todos os indicadores relativos ao terceiro trimestre são positivos".

Ver comentários
Saber mais BCE Reserva Federal dos EUA Banco Central Europeu Zona Euro economia negócios e finanças política macroeconomia partidos e movimentos governo (sistema) instituições económicas internacionais executivo (governo) orçamento do estado e impostos mercado monetário
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio